"e quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim." (Mt 10:38 NVI)
A despeito de muitas religiões, movimentos, organizações e até
mesmo nações utilizarem a figura da cruz (a exemplo da antiga cruz ansata, a mística
cruz de Caravaca ou Lorena, a proibida cruz suástica nazista etc.), ela ainda é
um dos principais símbolos do Cristianismo.
Como símbolo do Cristianismo, é sabido que a cruz passou a ser
usada a partir do segundo século da Era Cristã, uma vez que, no primeiro
século, o símbolo usado pelos cristãos era o peixe (ou “ichthys”), sendo a cruz raramente usada, por representar um
doloroso método de execução pública.
Sendo um dos símbolos do povo cristão, qual a mensagem que a
cruz nos traz?
A
cruz como símbolo de renúncia
A cruz é largamente usada como uma espécie de amuleto por
devotos mundo afora, ou ainda por jovens, tatuadas em seus corpos ou gravadas
em suas roupas, passando-nos uma mensagem de revolta ou grito de liberdade.
Mas para o cristão verdadeiro, a primeira representação da cruz
é aquela que diz respeito a renúncia, a abrir mão de seus próprios interesses e
vontades, e por isso mesmo é o instrumento pelo qual o Senhor mede a nossa
“capacidade” de segui-lo:
“…e quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de
mim.” (Mt
10:38 – NVI)
Quanto a isso, o evangelista Lucas é mais específico:
“Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se
negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Lc 9:23)
“E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser
meu discípulo.” (Lc
14:27 – NVI)
A
cruz como símbolo do poder de Deus
Há ainda aqueles que
têm na cruz um mero emblema heráldico, usando-a como distintivo familiar ou
nacional.
Para os cristãos ela
é símbolo do poder de Deus, na medida em que ela fala do sobrenatural poder de
Deus para resgatar pessoas que estavam destinadas à perdição eterna:
“Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem,
mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.” (1 Co 1:18)
A
cruz como símbolo de reconciliação
Enquanto alguns fazem uso na cruz como símbolo místico, os
cristãos a têm como uma simbologia para a reconciliação entre os homens e do
homem com Deus:
“Pois ele [Cristo] é a nossa paz, o qual de ambos fez um e
destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos
mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos
dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo,
por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade.” (Ef 2:14-16 – NVI)
A
cruz como símbolo de obediência
Apesar de a cruz suástica estar proibida em alguns países, como
na própria Alemanha (o Código Penal tornou criminosa a exibição de suástica e
outros símbolos nazistas) e no Brasil (a Lei 9.459/97, art. 20, §1º, proíbe a
fabricação, comercialização, distribuição e veiculação da cruz suástica, com
pena de dois a cinco anos e multa), muitos ainda a empunham como símbolo de
protesto e revolta, em diversas localidades.
Os cristãos, porém, a veem como a marca da obediência,
demonstrada por Jesus:
“E [Jesus], sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a
si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2:8 – NVI)
A
cruz como símbolo da vitória
Para muitos, a cruz ainda é apenas um símbolo de sofrimento e
dor. Para os cristãos, é muito mais do que isso. Ela é a prova de que, em
Jesus, temos a vitória sobre todo principado e potestade espiritual:
“…e [Jesus], despojando os principados e as potestades,
publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz.” (Cl 2:15)
Conclusão
A cruz foi e continua sendo uma das principais marcas do cristão
autêntico. Ela nos fala sobre renúncia, sobre o poder de Deus, sobre
reconciliação, sobre obediência e, por fim, sobre a nossa vitória contra todo
mal. Porém, a cruz só tem valor quando consideramos aquele que é o autor e
consumador da nossa fé. (Hb 12:1-2)
Referências:
* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 06/04/2014.
* Todas as referências bíblicas citadas
foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net),
versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA),
excetuando-se aquelas cuja tradução for citada, como a Nova Versão
Internacional (NVI) ou Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).
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