domingo, 30 de janeiro de 2011

Eu me amo

"Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." (Mt 12:28-31)

Você é daqueles que não podem passar por um espelho sem ficar se admirando? Que costumam ficar um tempão só escolhendo a melhor roupa para sair? Que não podem pegar uma câmera sem virar o flash para si mesmo?

Então, isso significa que você é um… AMANTE DE SI MESMO! É muito provável que você tenha pensado na palavra NARCISO. Mas, francamente, amar-se a si mesmo não tem nada a ver com endeusar-se. Pelo contrário: aquele que tem amor próprio reconhece que “tudo o que Deus faz é bom” e que o homem é a mais excelente obra de suas mãos.

Aliás, você sabe o que é Narciso? Primeiramente, o termo está totalmente dissociado daquele conceito oriundo na mitologia grega. Vejamos:
  • [bot.] Planta bulbosa, de flores amarelas ou brancas, provida com uma espécie de coroa dourada, muito usada como planta ornamental;
  • [joal.] Pedra preciosa;
  • [fig.] Homem desvanecido de si próprio. O termo vem do jovem deus grego que se apaixonou pela própria imagem.

EU ME AMO

Devido à confusão com o personagem lendário Narciso, muitos cristãos (ou não) acreditam que amar-se a si mesmo é sinônimo de superestimação ou auto-endeusamento, e, portanto, trata-se de um pecado associado ao egoísmo.

Na realidade, o amor próprio é um princípio bíblico. Certa vez, o Senhor Jesus foi interrogado por um escriba sobre qual seria o principal de todos os mandamentos, ao que o Senhor respondeu que não seria um, mas dois os mandamentos principais: o primeiro é amar a Deus sobre todas as coisas, e o segundo, amar ao próximo como a si mesmo (Mc 12:28-31). Ora, amar ao próximo pressupõe que amamos a nós mesmos. Vale lembrar que, aqui, o conectivo “como” tem o mesmo significado de “na proporção de”. Isso significa que se o indivíduo não tem amor próprio não pode amar ao próximo.

QUEM AMA (SE) CUIDA

Usando argumentos tais como o de que o corpo é corruptível e o de que Deus só se importa com o nosso espírito, certos irmãos chegam ao mais alto grau do desleixo. Muitos não estão nem aí para a aparência, porque “para Deus o que importa é o coração”, dizem. Não é raro encontrar alguns que passam o dia inteiro com a mesma roupa (e a noite também). E o que dizer da falta de cuidado com os dentes, com o cabelo, com as unhas?

Amados e amadas, o texto Paulino de 1 Ts 5:23 nos diz que o Senhor não se importa apenas com uma parte (interior), mas com o todo (espírito, alma e corpo), que deve ser conservado íntegro (inteiro, completo, imparcial) e irrepreensível (puro, perfeito, sem manchas), até a vinda do Senhor.

Já aos coríntios, Paulo lembra que o cuidado com o corpo não é facultado, mas compulsório, na medida em que ele (o corpo) é santuário do Espírito Santo (1 Co 6:19-20). Ora, como você acha que seus amigos se sentiriam se, ao chegarem a sua casa, encontrassem uma barraca toda caindo aos pedaços, suja e desarrumada? No mínimo, independentemente de sua situação econômica, eles logo pensariam que você é um desajeitado, desleixado e preguiçoso. Agora, pense na caso do Espírito Santo. Como você acha que ele se sente ao entrar em sua vida e perceber que está uma completa sujeira (por dentro e por fora)?

Agora responda essa: o que é pior, um bonito sujo ou um feio limpinho? Antes de você responder, vale lembrar que a higiene deve preceder qualquer outra forma de beleza. Além disso, creio sinceramente que grande parte da feiúra dos indivíduos diz respeito ao estilo de vida. Alguns chegam ao extremo de dizer que: “não existe gente feia; existe, sim, gente pobre”. 

Em Ef 5:28-29, Paulo defende que o amor à esposa deve se assemelhar ao amor ao próprio corpo, pois, aquele que ama o seu corpo, cuida dele e o alimenta.

CONCLUSÃO

Você deve concordar que muitos indivíduos, inclusive cristãos, estão indo na contramão daquilo que Paulo disse em Ef 5:29: “ninguém odeia o seu próprio corpo”. Isso porque não estão cuidando do seu tabernáculo. Para sermos, de fato, morada de Deus, é mister o cuidado diário com o corpo. Sendo assim, faça um pacto com o seu próprio corpo. A partir de hoje, preocupe-se mais com sua aparência. E isso começa com simples atitudes, tal qual a do professor na fábula “A menina do vestido azul”:
Num bairro pobre de uma cidade distante, morava uma garotinha muito bonita.
Acontece que essa menina freqüentava as aulas da escolinha local no mais lamentável estado: suas roupas eram tão velhas que seu professor resolveu dar-lhe um vestido novo.
Assim raciocinou o mestre: é uma pena que uma aluna tão encantadora venha às aulas desarrumada desse jeito. Talvez com algum sacrifício, eu pudesse comprar para ela um vestido azul.
Quando a garota ganhou a roupa nova, sua mãe não achou razoável que, com aquele traje tão bonito, a filha continuasse a ir ao colégio suja como sempre, e começou a dar-lhe banho todos os dias, antes das aulas.
Ao final de uma semana, disse o pai: Mulher, você não acha uma vergonha que nossa filha, sendo tão bonita e bem arrumada, more num lugar como este, caindo aos pedaços? Que tal você ajeitar um pouco a casa, enquanto eu, nas horas vagas, vou dando uma pintura nas paredes, consertando a cerca, plantando um jardim? E assim fez o humilde casal.
Até que sua casa ficou muito mais bonita que todas as casas da rua e os vizinhos se envergonharam e se puseram também a reformar suas residências.
Desse modo, todo o bairro melhorava a olhos vistos, quando por isso passou um político que, bem impressionado, disse: É lamentável que gente tão esforçada não receba nenhuma ajuda do governo”.
E dali saiu para ir falar com o prefeito, que o autorizou a organizar uma comissão para estudar que melhoramento eram necessário ao bairro.
Dessa primeira comissão surgiram muitas outras e hoje, por todo o país, elas ajudaram os bairros pobres a se reconstruírem.
E pensar que tudo começou com um vestido azul.
Não era intenção daquele simples professor, consertar toda a rua, nem criar um organismo que socorresse os bairros abandonados de todo o pais.
Mas ele fez o que podia, ele deu a sua parte, ele fez o primeiro movimento, do qual se desencadeou toda aquela transformação.
É difícil reconstruir um bairro, mas é possível dar um vestido azul.
[Autor desconhecido]

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* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária, em 16/01/2011.
Referências:
Bíblia On Line Net. Disponível em: http://www.bibliaonline.net
Blog Momentos para Reflexão. Disponível em: http://momentospreflexao.blogspot.com/
Dicionário Online de palavras. Disponível em: http://www.verbetes.com.br/
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Disponível em: http://www.priberam.pt
Google Imagens. Disponível em: http://www.google.com/
WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/
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