domingo, 28 de outubro de 2012

Somos uma geração eleita!




"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." [1 Pe 2:9]

O momento que vivemos hoje é muito propício para falarmos de um assunto tão relevante. Estamos em um ano eleitoral e, como muitos tem alardeado, é o momento em que nosso voto fará (ou não) diferença. Na realidade, todos sabemos que existem três possibilidades: continuar como está, piorar ou melhorar a situação de nossas cidades.
Eleição é escolha. Isso pressupõe que a demanda, como sempre, é maior do que a oferta. Falando sobre a eleição de Deus, os “candidatos” precisam apresentar algumas “propostas” à altura, de modo a serem incluídos por Deus na lista dos eleitos, ou escolhidos.
Muitos candidatos, um Eleitor
A primeira grande diferença entre os incômodos e polêmicos pleitos eleitorais e a eleição do Reino é que esta tem apenas um eleitor, embora muitos candidatos.
Isso não significa que Deus faça acepção de pessoas. Diferentemente dos homens, Deus não tem uma lista de “mais queridos” (At 10:34; Rm 2:11).
Muitos são chamados…
A maior prova de que Deus não tem preferências é que “muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 20:16; 22:14). Na realidade, podemos substituir “muitos” por “todos”, haja vista que a mensagem do evangelho é universal e a vontade de Deus é que todo homem seja salvo (1 Tm 2:4). Apesar de, nos dias atuais, o evangelho ser propagado aos quatro ventos, são poucos aqueles que aceitam o chamado, motivo pelo qual são poucos os escolhidos.
Olhando o mesmo princípio da perspectiva de dentro da própria igreja cristã (ou, como alguns preferem, cristandade), podemos entender os “chamados” como todos aqueles que fazem parte da comunidade. Nada obstante, a parcela identificada como “escolhidos” ou “eleitos” é menor ainda. Afinal, quantos “crentes nominais” estão em nossas igrejas, em contraste com os que fazem jus ao adjetivo “escolhido”?
Eleitos para fazer a diferença
Por esse motivo, Deus não nos tem chamado para encher os bancos das igrejas, muito menos para “fazer número”. Os verdadeiros eleitos de Deus são aqueles que fazem a diferença; aqueles que impactam a sua geração; aqueles que não se conformam com o presente século, mas que são transformados pela renovação da mente (Rm 12:2). No original, “conformar-se” tem o sentido de “tomar ou assumir a forma de”, como em 1 Pe 1:14:
“Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância”.
Falando sobre mais qualidades dos eleitos, Paulo resume:
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.” (Cl 3:12).
Por falta de qualidades nos crentes como misericórdia, bondade, humildade, mansidão e longanimidade, muitos têm sido afugentados das igrejas. Não é raro encontrar pessoas que já passaram por igrejas alegarem problemas de relacionamentos ou de convívio com os demais membros como a principal causa de terem saído.
Conclusão
Queridos, Deus nos chamou, e nos elegeu, para que pudéssemos chamar a outros. Mas, não somos nós que os elegemos. Essa tarefa é exclusiva do Senhor. Portanto, ‘usemos o tempo que dispomos para contagiar o maior número possível de pessoas com a mensagem do evangelho de Cristo, e façamos diferença como geração eleita do Senhor.
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* Palestra proferida na Igreja de Cristo Missionária, por ocasião do 4º Culto de Jovens do Projeto Jovens Unidos em Cristo - JUC, em 06/10/2012.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Deus está no controle?


"Eu pensei bastante, e me esforcei para entender tudo isso, e cheguei à conclusão de que Deus controla o que as pessoas sábias e honestas fazem e até o amor e o ódio delas. Ninguém sabe nada do que vai acontecer no futuro, mas isso não faz diferença." [Ec 9:1]
Controle. Eis uma daquelas palavras fáceis de ser entendidas e difíceis de ser explicadas. É o tipo de palavra multidisciplinar: é uma das funções básicas da administração; em economia e no mundo corporativo, indica a pessoa ou grupo que detém o maior número de ações de determinada empresa; em finanças, significa fiscalizar, aferir; em Compliance, é o processo de verificação de conformidade do risco operacional nas organizações. O termo controle indica a verificação da qualidade de determinado processo ou tarefa, produto ou serviço. Controlar significa ainda ter o domínio de, conduzir, dirigir, guiar. Quando dizemos que determinada pessoa não tem controle de si mesma, estamos dizendo que ela não tem domínio próprio. Outra aplicação bastante usual do termo diz respeito ao aspecto das finanças pessoais ou familiares: o controle/descontrole financeiro é um balizador de como as pessoas lidam com as despesas.
Vidas descontroladas
Como identificar uma pessoa sem controle? O texto de Êxodo 32:1-25 narra um dos momentos em que o povo de Israel, em pleno deserto, desobedece às ordenanças de Deus ­- e justamente no momento em que Moisés recebia as duas tábuas da Lei das mãos do próprio Deus. Como Moisés tardava, o povo pressionou Arão a fabricar deuses para eles: o resultado foi a confecção do famigerado bezerro de ouro, que passou a ser adorado como se fosse o libertador do povo da escravidão egípcia (Êx 32:4-6). Em Êx 32:25, lemos:
“Moisés viu que Arão havia deixado o povo completamente sem controle, fazendo assim que os seus inimigos zombassem deles.” - NTLH
Veja que o descontrole do povo não começou com o bezerro de ouro. O bezerro foi apenas o clímax (termo bem apropriado, já que o texto de Êx 32:6 sugere que o povo estava em orgias).
Assim como as tábuas da Lei foram para o povo de Israel, o Evangelho de Jesus é a proposta de Deus para o nosso mundo. Da mesma forma que Deus entregou a Lei visando um povo santo, incontaminado das impurezas do mundo, o Evangelho propõe ao homem um novo estilo de vida, tendo o próprio Jesus como modelo a ser seguido. Entretanto, a despeito do avanço dos evangélicos em países como o Brasil, a maioria das pessoas ainda rejeita essa proposta, sob a alegação de que estariam se deixando dominar (controlar) por terceiros (autores, pastores, líderes etc.). Mas, veja o que declara o profeta Jeremias:
“Ó Senhor Deus, eu sei que o ser humano não é dono do seu futuro; ninguém pode controlar o que acontece na sua vida.” (Jr 10:23 – NTLH)
Ou seja, nesse texto, fica evidente que, como não podemos controlar nossos próprios passos, sempre haverá alguém que controle. E, dependendo de quem (ou o que) exerce esse domínio, teremos ou não uma vida sob controle, por assim dizer. O apóstolo Paulo faz uma breve descrição, primeiramente aos Efésios, depois a Timóteo, daqueles que optaram pela segunda alternativa:
“Eles perderam toda a vergonha e se entregaram totalmente aos vícios; eles não têm nenhum controle e fazem todo tipo de coisas indecentes.” (Ef 4:19 - NTLH)
“Não terão amor pelos outros e serão duros, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem.” (2 Tm 3:3 - NTLH)
E o que dizer daqueles que são (des)controlados naquilo que falam? Existe um conhecido provérbio chinês que diz: “há três coisas que não voltam atrás: a flecha lançada, a palavra proferida e a oportunidade perdida”. Na Palavra de Deus, encontramos inúmeros textos sobre o mesmo assunto:
“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente.” (Pv 10:19 – RA)
“Ó Senhor, controla a minha boca, e não me deixes falar o que não devo” (Sl 141:3 - NTLH)
“Quem controla as suas palavras é sábio, e quem mantém a calma mostra que é inteligente.” (Pv 17:27 – NTLH)
Outro problema bastante recorrente está relacionado com temperamentos pouco ou nada controlados. Mais do que nunca, temos visto que as pessoas estão ficando menos simpáticas, mal-educadas, grosseiras. Veja o que a Palavra diz sobre isso:
“controle sempre o seu gênio; é tolice alimentar o ódio.” (Ec 7:9 – NTLH)
“As injustiças que um homem mau comete são uma armadilha; ele é apanhado na rede do seu próprio pecado. Morre porque não se controla: a sua grande loucura o levará à cova.” (Pv 5:22-23 - NTLH)
“Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade.” (Pv 16:32 – NVI)
“A pessoa sensata controla o seu gênio, e a sua grandeza é perdoar quem a ofende.” (Pv 19:11 – NTLH)
É Deus no controle?
Não é raro encontrar pessoas que, em meio aos revezes da vida, declaram que “o Senhor está no controle”. Outros afirmam isso, categoricamente, argumentando que o Senhor é quem determina os rumos da nação, da sociedade, do mundo. Mas, será mesmo que Deus está no controle? Veja o que diz o sábio Salomão:
“Deveras me apliquei a todas estas coisas para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e os seus feitos estão nas mãos de Deus; e, se é amor ou se é ódio que está à sua espera, não o sabe o homem. Tudo lhe está oculto no futuro.” (Ec 9:1 – RA)
Repare que Salomão não declara que o Senhor está no controle “de todas as pessoas”, e sim dos “justos” e dos “sábios”. Vale ressaltar que as duas qualificações são segundo o ponto de vista de Deus, e não do próprio homem. Grande parte dos textos bíblicos que trazem as duas qualidades refere-se aos atributos inerentes aos que creem (ou seja, que seguem os ensinamentos) em Deus, que se opõem àquelas próprias da impiedade e injustiça.
Você provavelmente já leu em algum para-brisa a frase: “dirigido por mim, guiado por Deus”, ou outra equivalente. Pois bem, quantos desses você testemunha cometendo verdadeiras atrocidades no trânsito? Você acredita mesmo que Deus esteja no controle do veículo dessas pessoas? O texto de Paulo aos Efésios é bem sugestivo:
“Naquele tempo vocês seguiam o mau caminho deste mundo e faziam a vontade daquele que governa os poderes espirituais do espaço, o espírito que agora controla os que desobedecem a Deus.” (Ef 2:2 – NTLH)
Ora, todos sabemos a que espírito o texto se refere, que nada mais é do que o “príncipe deste mundo” (Jo 16:11). Fica evidente que é esse “príncipe” quem (des)controla os que vivem na impiedade.
Conclusão
O fato de Deus ter conhecimento de todas as coisas [“Deus sabe por onde você anda e vê tudo o que você faz” – Pv 5:21], inclusive daquelas que ainda estão por acontecer, não significa que Ele determine os rumos de nossa vida, cidade, nação. É o próprio homem quem escolhe o caminho que seguirá (Dt 30:19). A partir daí, se a escolha for pelo caminho de Deus, este passa a controlar os passos daquele:
“Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle também a nossa vida!” (Gl 5:25 – NTLH)
“O pecado não dominará vocês, pois vocês não são mais controlados pela lei, mas pela graça de Deus.” (Rm 6:14 – NTLH)
“As pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana [carne] acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz.” (Rm 8:6 – NTLH)

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* Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária, em 22/09/2012.

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