segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Deuses descartáveis



Dizemos que alguma coisa é descartável quando é possível usá-la para em seguida lançarmos fora. Por que descartamos? Em geral, descartamos algo quando não nos é mais interessante, quando já estamos saturados, quando não nos serve mais, quando já não tem mais valor, quando já passou da data de validade, ou seja, quando está imprópria para uso. Normalmente, só nos desfazemos de algo quando já usamos, ou quando já fomos beneficiados por este algo.
Os chamados materiais descartáveis surgiram com o fim de tornarem mais fácil a vida do homem, na medida em que trazem certa comodidade. As garrafas PET ­– Poli Tereftalato de Etila, um poliéster, polímero termoplástico ou plástico, desenvolvido por dois químicos britânicos Whinfield e Dickson em 1941, formado pela reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol, formando um poliéster, utilizado principalmente na forma de fibras para tecelagem e de embalagens para bebidas – por exemplo, que passaram a ser fabricadas na década de 70, foram uma solução para o inconveniente de sempre precisar levar uma ou mais garrafas ao supermercado na intenção de comprar refrigerante, por tratar-se de garrafas “não-retornáveis”. Dez anos depois ficou comprovado que a produção e distribuição das garrafas estava trazendo sérios impactos ao meio ambiente, ao que alguns países como EUA e Canadá passaram a coletar as embalagens para reciclá-las.

A fé descartável baseada em deuses descartáveis

A fé, conforme o texto de Hb 11:1, é definida como “a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que se não vêem”. Para muitas pessoas, a fé é uma saída, um subterfúgio aos problemas, aos desafios da vida, às dificuldades que se apresentam. Quando o indivíduo se encontra em situações-limite, apela para a fé, com o fim de obter resposta a tais situações. Nesse contexto, surgem os chamados “objetos de adoração”, definidos simplesmente como o alvo de determinada crença ou religião.
O que se observa, porém, é que a grande parcela desse contingente ávido por “alcançar uma graça” utiliza a fé apenas como um recurso descartável, uma vez que a utilizam apenas naquele momento, com o fim de serem agraciadas, mas que em seguida a descartam, assim como você faz com o copinho que acabou de beber água.
Ainda em Hebreus, 11:6, lemos que “sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que se torna galardoador dos que o buscam”. Para muitas pessoas ­– crentes ou não – Deus também se torna descartável, na medida em que o buscam apenas quando estão necessitados de alguma bênção, esquecendo-se dele em seguida, para depois o buscarem de novo ao surgir outra necessidade, e assim por diante, tornando-se um ciclo interminável de busca-bênção-desprezo, da mesma forma que acontecia no período dos juízes:

“E levantou o SENHOR juízes, que os livraram da mão dos que os despojaram. Porém tampouco ouviram aos juízes, antes prostituíram-se após outros deuses, e adoraram a eles; depressa se desviaram do caminho, por onde andaram seus pais, obedecendo os mandamentos do SENHOR; mas eles assim não fizeram. E, quando o SENHOR lhes levantava juízes, o SENHOR era com o juiz, e os livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porquanto o SENHOR se compadecia deles pelo seu gemido, por causa dos que os oprimiam e afligiam. Porém sucedia que, falecendo o juiz, reincidiam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os, e adorando-os; nada deixavam das suas obras, nem do seu obstinado caminho.” (Jz 2:16-19)

Alianças descartáveis, não!

Deus está convocando pessoas dispostas a fazer alianças duradouras, a despeito daqueles que só buscam alianças descartáveis. Deus chama pessoas que desejam um compromisso verdadeiro; pessoas que não estão interessadas apenas em bênçãos, mas, primeiramente, no abençoador; pessoas que não são levadas por vontades momentâneas, mas por um desejo perene de ver a glória de Deus, de desfrutar de sua presença constante. As bênçãos? Serão apenas conseqüência.

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Mensagem proferida em 25/03/2007, na Igreja de Cristo Missionária.
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