quinta-feira, 30 de abril de 2015

A supremacia do abraço

"Então saiu dali e voltou para a casa do pai. – Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou." (Lc 15:20 NTLH)


Um abraço é muito mais do que um cumprimento; é muito mais do que “apertar entre os braços”; vai além de um “até logo” ou de um “bem vindo”. Quando abraçamos, estamos dizendo à pessoa abraçada o que ela representa, o quanto ela é importante. O abraço é uma espécie de “declaração silenciosa”, em que aquele que abraça exalta da forma mais eloquente o ser abraçado, sem precisar rebaixar-se. Quando abraçados, portanto, sentimo-nos importantes, mas nem por isso aquele que nos abraça se torna desimportante. O abraço levanta o caído, revigora as forças do cansado, devolve a alegria há muito esquecida. O abraço é indulgente, tem o poder de reconciliar, faz-nos esquecer a incapacidade, eleva a autoestima, é capaz de curar as feridas mais profundas da alma, e, para os que creem, pode até devolver a saúde ao corpo.

Aquele Abraço
O abraço é uma linguagem universal. Os relatos bíblicos de abraço são sempre ocasiões de demonstração de carinho, afeição, reconciliação, perdão. Foi o que aconteceu quando Jacó, em sua peregrinação, chegou às terras de seu tio Labão, na Mesopotâmia. Jacó seguiu a recomendação de seu pai e foi para aquela região, com vistas a constituir família com a linhagem de seus pais, mais especificamente de sua mãe, já que Labão era irmão de Rebeca:

“Ele (Labão) ouviu as novidades a respeito do seu sobrinho e logo saiu correndo. Quando encontrou Jacó, Labão o abraçou, e beijou, e o levou para casa. Jacó lhe contou tudo o que havia acontecido.” (Gn 29:13 – NTLH)

Situação semelhante vemos no reencontro dos irmãos Jacó e Esaú, após anos de distanciamento. A atitude de Jacó de prostrar-se sete vezes, quando ia em direção ao irmão, demonstra uma honra devida a um soberano, além de cautela, uma vez que não poderia prever qual seria a reação do irmão depois de ter fugido deste:

“Porém Esaú saiu correndo ao encontro de Jacó e o abraçou; ele pôs os braços em volta do seu pescoço e o beijou. E os dois choraram.” (Gn 33:4 – NTLH)

E o que dizer daquela ocasião em que Jesus está ensinando, e seus discípulos tentam impedir algumas crianças de “atrapalhar” o Mestre (Mc 10:13-16)? O texto do evangelista diz que algumas crianças foram trazidas a presença de Jesus para que tocasse nelas. Vendo isso, os discípulos trataram de impedi-las, afinal, não parecia ser uma ocasião apropriada para a criançada, além disso, elas poderiam muito bem esperar que o Senhor terminasse seu discurso para dar-lhes atenção. Qual não foi a surpresa dos discípulos ao serem repreendidos por Jesus, que dizia ser delas o reino e que eles, portanto, era que estavam atrapalhando? Ao final, vemos o Senhor recebendo as crianças e as abençoando:

“Então Jesus abraçou as crianças e as abençoou, pondo as mãos sobre elas.” (Mc 10:16 – NTLH)

A Teologia do Abraço
Quem ama abraça, apesar de o contrário nem sempre ser verdadeiro. Tem muitos abraços que são despropositais, mera (in)formalidade ou cortesia; outros, assim como o beijo de Judas Iscariotes, instilam falsidade e traição. Mas, aquele que ama precisa usar o recurso do abraço como uma demonstração do seu amor. E essa é a essência da mensagem do Evangelho de Jesus: o amor.

Certa vez, recebi o vídeo abaixo de um amigo-irmão. Achei a mensagem tão tocante e verdadeira, que o mesmo serviu de inspiração para esta mensagem:

Conclusão
A conhecida parábola do Filho Pródigo é uma alegoria que nos mostra a reação do Pai quando, após nos distanciarmos dele, decidimos voltar para sua casa (Lc 15:11-32). Veja que Deus está dizendo que é assim mesmo que ele faz quando o homem decide voluntariamente voltar à presença Dele.

“Então saiu dali e voltou para a casa do pai. - Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou.” (Lc 15:20 – NTLH)
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* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 13/07/2014.
Referências:
* Todas as referências bíblicas citadas foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net), versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA), excetuando-se aquelas cuja tradução for citada.

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