sábado, 11 de setembro de 2010

O Lado Bom

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que sao chamados segundo o seu propósito." (Rm 8:28)
Você é daqueles que vivem reclamando da vida? Que sempre estão se queixando dos problemas que acontecem? Que quase nunca estão satisfeitos com o que têm? Que só vêem os defeitos de uma pessoa? Então esta mensagem é para você. Se sua resposta foi NÃO a todas essas questões, muito provavelmente conhece alguém assim.

Ora, é fato que todos, em determinado momento ou circunstância, somos acometidos por um surto de pessimismo ou negativismo. Isso é perfeitamente normal. Agora, outra coisa bem diferente é aquele indivíduo que nunca parece estar satisfeito com nada; não abre a boca para agradecer pelo que tem, senão para se queixar do que não tem; quando tem, reclama que é insuficiente…

Pessoas assim só conseguem ver o lado ruim das coisas; só percebem as falhas, sem nem ao menos reconhecer as virtudes, por mais patentes que sejam.

O LADO BOM DAS COISAS

Está comprovado cientificamente que, se um indivíduo mira em determinada situação ou evento (bom ou mau), aquela situação ou evento passa a ter considerável preponderância para ele. Não entendeu? Então, permita-me ser mais claro: se você tem diante de si uma qualidade boa e outra má, é natural que sua atenção seja voltada apenas para uma delas. Quando isso acontece, a outra qualidade deixa de ter importância. O mesmo acontece quando nos deparamos com duas situações extremas.

Alguém já disse que “tudo tem o seu lado bom”. Não gostaria de teorizar sobre isso, mas prefiro partir do seguinte pressuposto: quando você sabe que existe um lado bom, concentre todos os seus esforços nesse lado bom. Quando fazemos esse exercício, percebemos que até mesmo situações extremamente desagradáveis, dolorosas, vexatórias, decepcionantes, podem conter muito mais do que conseguimos notar em um primeiro momento. Não raro, experiências como essas se revelam um limiar para o alcance de uma posição desejada. Alguns chamam a isso de “usar as dificuldades como oportunidades” ou “usar os obstáculos como escada para o sucesso”. Entenda como quiser, mas uma coisa é certa: quando miramos o bônus, em detrimento do ônus, a vida será melhor, o resultado será melhor, tudo tenderá a ser melhor.

OLHANDO O LADO BOM

Se você concorda com tudo o que já foi exposto até agora, deverá concordar com mais uma coisa: quando estamos vivenciando uma situação desfavorável, muito dificilmente vamos processar essa circunstância como benéfica. Exemplos? Você nunca se deparou com uma situação em que o mal se fez bem? Quantas pessoas escaparam de acidentes, só pelo fato de ficarem alguns minutos a mais no trânsito? Quantos desses se viram praguejando porque o atraso poderá significar a perda de um evento importantíssimo ou um negócio imperdível? E o que dizer daquelas pessoas que chegaram a chorar de raiva pelo fato de terem perdido um vôo, mas que o atraso acabou se revelando um escape: o avião caiu?

Por enquanto, estamos falando apenas de situações do nosso cotidiano. Mas, vejamos alguns exemplos extraídos da Bíblia.

José, o tal sonhador (Gn 37:2-47:36)

Alguém que vê a trajetória de José, filho de Jacó, poderia imaginar que ele sabia exatamente o que estava acontecendo? Pouquíssimo provável. Apesar de não saber o que aconteceria em sua vida, José demonstra uma atitude de confiança no Deus dos seus pais. Agora vejamos: despojado, jogado em uma cisterna, vendido pelos irmãos, feito escravo de Potifar, nomeado administrador da casa do comandante da guarda, preso com os servos de Faraó, constituído governador do Egito e libertador do povo de Israel.

Nos primeiros capítulos de sua trajetória, José poderia ter amaldiçoado seus irmãos e murmurado contra Deus. Mas, houve uma ocasião em que “caiu a ficha”: ele entendeu que todos aqueles eventos, por mais desagradáveis e dolorosos que tenham sido, foram usados por Deus para encaminhá-lo àquela posição.

Jó, o paciente (Jó 1-42)

Muito já se falou, sem dúvida, sobre esse homem identificado como “da terra de Uz”, que era “íntegro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1). Poucas pessoas se queixariam de ter passado tão grandes penas como as relatadas no livro bíblico sobre esse homem. Outrora o homem mais rico do Oriente (“Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente.”1:3), que tinha sete filhos e três filhas, Jó se depara com uma situação de perda de (quase) tudo e de praticamente todos (saúde, família, bens, amigos). Mas, “em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” (1:22)

No final dessa conhecida história, encontramos um homem totalmente restaurado, reassumindo sua posição de abastado (“e o SENHOR deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.” - 42:10), com uma nova família, pois “teve outros sete filhos e três filhas.” (42:13). A conclusão de Jó foi que, apesar de achar que conhecia a Deus, faltava-lhe uma experiência mais vívida, pois disse: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem.” (42:5)

Paulo e Barnabé, amigos (quase) inseparáveis

Para aquele que costuma ler a Bíblia, não é nem um pouco difícil falar sobre o apóstolo Paulo (nome romano do judeu natural da cidade de Tarso chamado Saulo), conhecido como o apóstolo dos gentios e o principal responsável pela disseminação do Evangelho de Jesus Cristo por praticamente todo o Velho Mundo.

Apesar de não ter alcançado a popularidade do grande apóstolo, houve outro homem que se destacou na pregação da Palavra de salvação nos tempos dos apóstolos. Identificado no livro da história da igreja cristã como José, levita, natural da ilha de Chipre, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que significa “filho da consolação” (At 4:36), era um homem generoso (vendeu uma propriedade e depositou o dinheiro aos pés dos apóstolos), cheio de temor de Deus e do Espírito Santo, sendo identificado ainda como um dos mestres e profetas que havia na Igreja de Antioquia (At 13:1). Quando Saulo se converteu ao Evangelho de Jesus Cristo, foi Barnabé quem o encaminhou aos apóstolos, uma vez que estes duvidavam da conversão daquele que havia sido um grande perseguidor da Igreja de Cristo. Foi Barnabé quem acompanhou o próprio Saulo em sua primeira viagem missionária (Antioquia da Síria, Salamina e Pafos, na ilha de Chipre, Icônio, Listra, Derbe, Perge).

Pois bem, percebe-se que Paulo e Barnabé passaram a ser bem mais do que parceiros de missões. Mas, em At 15:36-40, houve um grande desentendimento entre os dois, tudo por causa de João Marcos (autor mais provável para o Evangelho de Marcos e primo de Barnabé – Cl 4:10), que também havia participado como auxiliar na primeira viagem missionária (At 13:5). Paulo convidou Barnabé para voltarem às cidades nas quais haviam anunciado o Evangelho, e Barnabé sugeriu que levassem a Marcos, mas Paulo não concordou pelo fato de ter Marcos os abandonado durante a viagem (At 13:13). Como conseqüência, Paulo e Barnabé se dividiram: Barnabé seguiu para Chipre em companhia de Marcos e Paulo seguiu para a Síria e Cicília na companhia de Silas.

O que você consegue depreender dessa fissão? À primeira vista, parece trágico que uma dupla que deu certo na pregação do Evangelho tenha se separado de tal maneira. Entretanto, olhe o lado bom: ao invés de uma comitiva apenas, a missão passou a ter duas. Apesar de o escritor de Atos não ter detalhado a viagem de Barnabé e Marcos, a partir de então, imagine a quantidade de pessoas que passaram a receber a palavra de Deus, sem dúvida, um número bem maior do que se tivessem ido juntos.

CONCLUSÃO

Olhe o lado bom das coisas, das pessoas, dos eventos, das circunstâncias. Pense naquilo que determinada experiência aparentemente ruim pode trazer como recompensa no final. Deus pode estar usando essa situação para colocar você em um lugar de destaque.

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Mensagem ministrada na Igreja de Cristo Missionária, em 22/08/2010.
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