segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Como matar uma igreja?


As igrejas do Novo Testamento não morrem de morte natural: elas são de tal forma estabelecidas que não podem morrer de morte natural. Sim, elas podem ser mortas, mas dificilmente o são por ataques externos (a não ser que este aniquile toda a membresia): na grande maioria dos casos em que igrejas foram mortas, elas o foram por ataques internos, sendo os seus próprios membros que as mataram. Uma Igreja não é apenas uma organização, ela é também um organismo, uma coisa viva; e, como tal, tem o potencial de crescer e florescer, ou de definhar e morrer.

O Senhor prometeu que Sua Igreja, considerada como uma instituição, não morreria (Mt 16:18). Isso significa que haverá uma continuidade de igrejas locais seguindo o modelo da Igreja de Jerusalém, até Seu retorno; Mas não garante a continuidade de existência, e de fidelidade de nenhuma igreja individual. Como então pode uma Igreja ser morta?

I. PELA AUSÊNCIA DE SEUS MEMBROS

Em 1 Co 12:12-14, Paulo compara os membros da Igreja com os membros de um corpo físico. Quando os membros da igreja começam a se ausentar dela, isto a leva à morte. Agora, o que leva os crentes a se ausentarem da igreja?

§ Achar que não faz falta – "Não importa se eu comparecer ou não. Os outros farão com que as decisões sejam tomadas do modo que lhes agrada".

§ Menosprezar certas reuniões – Exemplos: cultos de oração e da manhã de domingo (EBD).

§ Não ir por “força maior” – Exemplos: sono, preguiça, outras atividades (namoro, TV, filmes, aniversários…).

§ Ir sob pressão – São aqueles que vão apenas “marcar presença”, mas a cabeça está em outro lugar.

§ Ir por opção (ou por falta de) – Aqueles que só vão porque não têm outra coisa melhor pra fazer em casa ou fora dela.

§ Por não fazer parte do corpo – Alguns membros de igrejas as abandonam permanentemente, para nunca mais a ela retornarem, simplesmente pelo fato de que não eram verdadeiros membros do corpo (Hb 10:25-26; 1 Jo 2:19).

II. POR MATÁ-LA DE FOME

Sendo a igreja um organismo vivo, precisa de alimento para não morrer. Vejamos alguns:

§ De almas – Uma Igreja vive e cresce somente pelas conversões e pela adição daqueles convertidos ao seu número de membros; portanto, se não for alimentada por verdadeiras conversões resultantes de pregação e oração, cedo morrerá por falta de adições. Almas sendo salvas constituem uma transfusão de sangue para qualquer Igreja (At 2:47).

§ De espiritualidade – Uma Igreja pode ser morta por inanição de espiritualidade. Exemplo: a igreja de Roma, muito antes do início da igreja católica apostólica romana com o imperador Constantino, em cerca do ano 325 a.C., foi uma vez uma Igreja do Novo Testamento, até que perdeu a sua espiritualidade. Como isso pode ser evitado? Por seus membros viverem uma vida santificada e dedicada, dia a dia e não semana a semana, nem mês a mês.

§ De recursos – Uma igreja é um negócio - o maior, o mais nobre e mais precioso negócio no mundo; por essa razão, precisa de dinheiro para poder funcionar. Deus não precisa de dinheiro, mas seus obreiros precisam (1 Co 9:1-14).

§ De oração – Sabe-se que a oração é um dos principais sustentáculos da igreja, tanto no sentido individual, quanto como corpo.

Há uma verdade que se aplica tanto aos crentes quanto às mulas: Ambos, crentes e mulas, não podem fazer seus trabalhos e produzir enquanto estão escoiceando; e não podem escoicear enquanto fazem seu trabalho e produzem.

III. POR CONTENDA DENTRO DELA

Contenda provavelmente tem matado quase tantas igrejas quanto quaisquer outras coisas. Quando duas pessoas estão em discórdia e ambas são supremamente egoístas, isto causará uma contenda que crescerá até que consuma toda a igreja, a não ser que a igreja tome medidas até dar um fim à contenda. Contenda é uma marca característica de imaturidade espiritual e de carnalidade (1 Co 3:1-3).

Podemos enumerar as seguintes raízes da contenda:

§ Orgulho – Onde há contenda, ambas as partes assumem que estão certas e não admitirão sequer a possibilidade de estarem erradas. Ao mesmo tempo, nenhuma das partes tentará ver através do ponto de vista da outra parte, nem admitirá que a outra poderia estar certa no menor dos graus.

§ Repreensão pública – Não são poucas as pessoas que saíram de uma igreja por motivo de ter ouvido palavras duras de um líder ou pastor, até mesmo durante a pregação. Não devemos nos esquecer de que os líderes foram revestidos de autoridade (1 Tm 5:20; Tt 1:13; Hb 13:17). Isso não quer dizer que o pregador possa usar o púlpito para viver surrando verbalmente alguns membros por causa de diferenças pessoais de opinião, nem que ele deva saltar em cima e esporear todas as pessoas por todos os pequenos passos imperfeitos. O pastor sábio e humilde dará bons conselhos, com moderação e longanimidade, mesmo nas mais sérias violações da ética cristã (Pv 15:1). Um pastor arrogante somente produzirá dores para si próprio e desencorajamento para a Igreja.

§ Liderança dividida – Opiniões divergentes acerca de determinado assunto é normal. Mas quando não existe consenso sobre questões fundamentais entre os próprios líderes de uma comunidade, é um passo para o surgimento de discórdias e brigas.

IV. POR TEIMOSIA REBELDE

Nas Escrituras, teimosia rebelde é um pecado que é comparado ao de feitiçaria e idolatria (1 Sm 15:22).

O pecado da igreja de Sardes foi que ela teimosamente se recusou a se arrepender de seus pecados (Ap 3:3).

Alguns dizem "Bem, é minha vida, e é somente da minha conta se eu me arrependo ou não", mas isto não é verdade, pois cada pessoa é um exemplo para alguém mais, e seu mau exemplo fará outros se desviarem, talvez em algo muito pior. "... um pouco de fermento faz levedar toda a massa" (1 Co 5:6). Jesus também alertou sobre isso (Lc 17:1-2).

Uma Igreja existe não apenas em benefício dos seus próprios membros atuais, mas é uma testemunha para muitos que podem nunca vir a ser membros dela, mas que podem ser guiados ao Senhor através do seu ministério. A atitude de alguns é: "Eu estou salvo, portanto que o resto do mundo vá para o inferno. Não ligo a mínima". Tal atitude dificilmente evidencia verdadeira salvação. Se devemos nos preocupar com as necessidades fisiológicas de uma pessoa, quanto muito mais isto é verdade a respeito daquele que não têm nenhuma preocupação pelo bem estar das almas dos outros? (1 Jo 3:17).

V. POR EGOÍSMO

Vivemos na mais afluente e rica sociedade que este mundo jamais conheceu. Adicione a isto o fato de que esta geração tem maiores meios de levar o Evangelho a cada raça, nação e tribo de povos, do que qualquer geração anterior. Rádio, TV, Internet e imprensa fazem evangelismo possível como nunca antes o foi. Mas, ao invés de usar estes meios e riquezas para a Glória de Deus, os homens se tornaram tão egoisticamente envolvidos por eles que todas estas coisas se tornaram definitivos detrimentos à verdade.

Tem sido constatado que pessoas gastam centenas de vezes mais em animais de estimação do que em todos os empreendimentos religiosos combinados, e o jornalista Paul Harvey relata que nos Estados Unidos da América, para cada 1 dólar que é gasto nas igrejas, 12.000 dólares são gastos em atividades criminosas.

Há muitos campos de missão estrangeira nos quais um missionário nacional, isto é, daquele país, pode ser sustentado por somente 25 a 30 dólares por mês.

Alguém diz: "Mas devemos usar algum do nosso dinheiro em missões domésticas, aqui mesmo na nossa vizinhança". Por "Missões Locais" alguns somente querem dizer: "Vamos gastar o dinheiro localmente em algo em que nós possamos ter todos os benefícios".

O que tudo isto tem a ver com matar uma Igreja? Apenas isto: contribuir para missões é o termômetro que mostra a atmosfera espiritual de uma Igreja. É geralmente o medidor da dedicação dos membros de uma Igreja a Deus.

Está você matando sua Igreja pela sua ausência, pecaminosidade, por seu egoísmo, por sua negligência ou teimosia? Então se arrependa antes que a Igreja e você sejam destruídos.

Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária, na Escola Bíblica Dominical, em 02/12/2007.

Texto adaptado

Publicado em: 16/07/2007, no site www.webservos.com.br, acesso em 24/11/2007.
Autor: Davis W. Huckabee (Traduzido [e adaptado] por Valdenira Nunes de M. Silva, 2002. Revisado por Marcelo Gross, 2007).
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