domingo, 30 de junho de 2013

Panteísmo: tudo é Deus ou Deus é tudo?



"Ó SENHOR Deus, tu me examinas e me conheces. Sabes tudo o que eu faço e, de longe, conheces todos os meus pensamentos. Tu me vês quando estou trabalhando e quando estou descansando; tu sabes tudo o que eu faço. Antes mesmo que eu fale, tu já sabes o que vou dizer. Estás em volta de mim, por todos os lados, e me proteges com o teu poder. Eu não consigo entender como tu me conheces tão bem; o teu conhecimento é profundo demais para mim. Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito? Para onde posso fugir da tua presença? Se eu subir ao céu, tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, lá estás também. Se eu voar para o Oriente ou for viver nos lugares mais distantes do Ocidente, ainda ali a tua mão me guia, ainda ali tu me ajudas. Eu poderia pedir que a escuridão me escondesse e que em volta de mim a luz virasse noite; mas isso não adiantaria nada porque para ti a escuridão não é escura, e a noite é tão clara como o dia. Tu não fazes diferença entre a luz e a escuridão. Tu criaste cada parte do meu corpo; tu me formaste na barriga da minha mãe. Eu te louvo porque deves ser temido. Tudo o que fazes é maravilhoso, e eu sei disso muito bem. Tu viste quando os meus ossos estavam sendo feitos, quando eu estava sendo formado na barriga da minha mãe, crescendo ali em segredo, tu me viste antes de eu ter nascido. Os dias que me deste para viver foram todos escritos no teu livro quando ainda nenhum deles existia. Ó Deus, como é difícil entender os teus pensamentos! E eles são tantos! Se eu os contasse, seriam mais do que os grãos de areia. Quando acordo, ainda estou contigo. Ó Deus, como eu gostaria que tu acabasses com os maus! Gostaria que os homens violentos me deixassem em paz! Eles falam mal de ti; contra ti falam coisas ruins. Ó SENHOR Deus, como odeio os que te odeiam! Como desprezo os que são contra ti! Eu os odeio com todas as minhas forças; eles são meus inimigos. Ó Deus, examina-me e conhece o meu coração! Prova-me e conhece os meus pensamentos. Vê se há em mim algum pecado e guia-me pelo caminho eterno." [Sl 139]

Você sabe o que é Panteísmo? Tem ideia do que, exatamente, defendem os panteístas? Aliás, você ao menos se lembra de ter ouvido essa palavra?

Pois bem, em termos gerais, o Panteísmo é, ao mesmo tempo, uma visão teológica e filosófica que defende a ideia de que Deus e o Universo se confundem. Em outras palavras, Deus é o resultado do somatório de todos os seres, criaturas, elementos e forças presentes na natureza. Os adeptos dessa teoria (os panteístas) dizem que não podem conceber um deus pessoal, antropomórfico (que tenha forma humana) ou criador.

Etimologicamente, panteísmo vem dos termos gregos pan (tudo) e theos (deus). Portanto, a ideia central do panteísmo é que “tudo é deus”, o que significa que, se vemos um animal, estamos vendo o próprio Deus. Por esse ponto de vista, percebe-se que existe a tendência de divinizar os seres e elementos da natureza, o que aproxima o pensamento panteísta de algumas filosofias e religiões orientais (como o Budismo e o Taoísmo) e animistas (que praticam o culto aos seres e elementos da natureza ou do Cosmos).

O panteísmo e a onipresença de Deus

Há quem confunda o panteísmo com um dos atributos de Deus conhecido como onipresença (Deus está em todo lugar). Inebriados pela confusão, muitos citam até mesmo textos bíblicos para tentar fundamentar essa ideia. Mas, o conceito bíblico da onipresença de Deus está fundamentado na assertiva de que não existe lugar na Terra ou fora dela que Deus não conheça, conforme declarou o salmista:

“Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.” (Sl 139:7-12 – ACF*)

A filosofia panteísta não corrobora a crença contida no texto acima. Diferentemente, os panteístas creem que tudo o que há no mundo (quer classificado pelos homens como animado ou inanimado) é deus. Em resumo: os cristãos acreditam que Deus está em todo lugar; os panteístas, que todo lugar (com tudo o que se acha nele: animais, objetos, vegetais etc.) é deus.

Tudo é Deus ou Deus é tudo?

Ainda no campo da confusão panteísta, muitas pessoas (até mesmo cristãs) se permitem engodar pela principal máxima dessa filosofia: “tudo é deus”. Ao declarar isso, a pessoa está concordando que qualquer objeto, ser ou elemento da natureza pode ser considerado (um) deus; em outras palavras, que deus se confunde com essas “coisas”. Não é à toa que muitos passam a adorar a criatura em lugar do Criador: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Rm 1:25)

Ao contrário, o cristão não defende que tudo é deus, mas que “Deus é tudo”, e isso faz toda a diferença. Na condição de cristãos, não cremos que os elementos da natureza, tampouco os astros, e muito menos os seres, sejam a representação ou materialização de um ser criador. Por outro lado, cremos que o Deus criador pode se deixar personificar por quem bem entender, assim como se manifestar na forma que achar conveniente para a ocasião (a manifestação na sarça ardente é um exemplo – Êx 3:1-6).

Quando o cristão declara, em contraposição aos panteístas, que “Deus é tudo”, está fazendo referência ainda ao princípio contido no texto de Sl 73:25:

“Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra.”

Conclusão

Que você reconheça o Senhor como o seu bem maior, como o maior tesouro que alguém pode ter, o seu tudo, e diga como o salmista: “Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre.” (Sl 73:26)


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* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 24/02/2013.  

Referências:

* ACF – versão da Bíblia em Português por João Ferreira de Almeida, Corrigida e Revisada, Fiel.


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