terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Feliz Ano Velho


“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3:21)
 

Feliz Ano Velho, escrito por Marcelo Rubens Paiva, publicado em 1982, retrata a experiência biográfica do autor, em que conta como um mergulho em um lago o deixou tetraplégico, poucos dias antes do Natal de 1979. Durante um passeio com um grupo de amigos, Marcelo resolve dar um mergulho em um lago, no estilo Tio Patinhas, em busca de um suposto “tesouro”. O que ele não sabia (ou pelo menos não percebeu) era que o lago tinha apenas meio metro de profundidade. Resultado: bateu com a cabeça (no fundo ou em uma pedra?), quebrou uma vértebra e acabou em uma cadeira de rodas aos 20 anos. Com uma linguagem franca e irreverente, o livro se tornou um best-seller na década de 1980, tendo várias adaptações para o teatro e até mesmo um filme homônimo, lançado em 1987, estrelado por Marcos Breda e Malu Mader. O filme foi premiado no Festival de Gramado de 1988, em diversas categorias.

POR QUE feliz ano velho?

Acredita-se que o título do livro tenha sido escolhido para mostrar quão boa era a vida antes do acidente (apesar de ficar evidenciado nos relatos do autor que, mesmo na cadeira de rodas, a vida continua sendo uma bênção). Aliás, se você ouviu ou leu a mensagem “O Lado Bom”, vai concordar que, em muitos aspectos, a vida dele pode ter se tornado bem melhor.
Ao lembrar do título do livro/filme, fiquei conjeturando acerca daquelas pessoas que “eram felizes e não sabiam”; que no ano velho tiveram muitas conquistas, prosperaram, dedicaram-se à família, eram atuantes na igreja, obtiveram reputação, conseguiram excelentes resultados nos estudos, enfim, viveram intensamente, no melhor estilo carpe diem. Por “ano velho” entenda-se o ano que está terminando, o ano passado (ou anos passados), o mês passado, ou ainda qualquer tempo no passado, em que você tenha desfrutado de boas experiências, as quais hoje (ano novo) rarearam.

O QUE PASSOU, PASSOU?

É freqüente ouvirmos as pessoas defenderem que “o que passou, passou”. OK. Não gostaria de fazer apologia ao “dia de ontem”, até mesmo porque repudio a atitude daqueles que, de tanto olharem o passado, esquecem-se de viver o agora. Quero dizer o seguinte: se o que passou era melhor do que o que você está vivendo agora, está na hora de você pensar em “voltar atrás” (Ap 2:4-5). Pare e pense sobre algumas questões: Por que razão perdi tudo o que conquistei? Se acredito estar agindo da mesma forma, por que as coisas não estão mais dando certo? O que é preciso para reconquistar? Como voltar ao “primeiro amor”?
Alguém já disse que as oportunidades são como flechas lançadas, que não voltam mais. Pois bem, podemos dizer que as oportunidades não voltam, mas não podemos precisar que Deus não vai conceder outra parecida. Além disso, outras oportunidades certamente virão. Seja como for, se você não valorizou aquelas que Deus disponibilizou, é o momento de fazer como prescreveu o apóstolo Paulo em Cl 4:5.

FELIZ ANO, MEU VELHO

O texto de Mt 6:34 incita-nos a não nos preocuparmos com o “dia de amanhã”, pois “basta ao dia o seu próprio mal”. Você deve concordar comigo que o Senhor não estava dizendo que devemos viver o presente momento sem a expectativa de que haverá um amanhã, tampouco que devemos deixar tudo “nas mãos de Deus” e não fazer nada. Ora, é por uma hermenêutica desse calibre que muitos “irmãos” estão deixando um péssimo (ou mesmo nenhum) legado aos seus filhos.
Dessarte, que o seu ano novo seja tão (ou mais) feliz do que foi o velho. Não nos esqueçamos, porém, de que “feliz” pode não significar que “tudo ocorreu às mil maravilhas”, da forma como planejamos ou desejamos. Tanto é verdade, que o próprio Senhor Jesus, no memorável Sermão do Monte, pontificou várias “bem-aventuranças” (felicidades) (Mt 5:1-11), dentre as quais: “bem-aventurados os que choram” (v. 4), “bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça” (v. 10) e “bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e mentindo, disserem todo mal contra vós” (v. 11).

CONCLUSÃO

“Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3:21). Talvez o seu ano velho não tenha sido tão bom assim. Nada obstante, comece resgatando tudo aquilo de bom que você vivenciou (até mesmo experiências aparentemente desagradáveis), que podem lhe dar esperança, para que o novo ano (novos anos?) seja, de fato, melhor.
SHANÁ TOVÁ!**
_______________________________
* Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária, em 19/12/2010.
** Em tempo: Shaná Tová é a expressão hebraica para Feliz Ano Novo!

Referências:
Bíblia On Line Net. Disponível em: http://www.bibliaonline.net/
WIKIPÉDIA. A enciclopédia livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/
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