quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Pra cego ver


Mc 10:46-52

“O que você quer que eu faça?”, perguntou Jesus. O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver!” (Mc 10:51 NVI)

A cegueira já afeta 36 milhões de pessoas no mundo. Esse número chegará a 38,5 milhões, em 2020, e 115 milhões, em 2050.1

Você conhece ou convive com alguém que seja cego? Já tentou se imaginar sem poder contemplar a luz do sol ou mesmo olhar para as pessoas ao seu redor? Não importa a resposta que você dê, a cegueira é uma daquelas coisas absolutamente indesejáveis. Não raro, a pessoa cega depende de alguém para tudo o que precisa fazer.

Até Jó usou a condição do cego para expressar como estava se sentindo: “Eu era os olhos do cego e os pés do aleijado.” (Jó 29:15 NVI)

Vivendo às cegas

Como o cego caminhamos apalpando o muro, tateamos como quem não tem olhos. Ao meio-dia tropeçamos como se fosse noite; entre os fortes somos como os mortos. (Is 59:10 NVI)

A expressão “às cegas” é comumente usada para designar aquilo que se faz inconscientemente, sem saber como ou por onde começar.2 O sentido é como o empregado pelo profeta Isaías, no texto acima.

Viver às cegas é não saber ao certo onde se está andando, com quem se está falando ou relacionando; é não ter certeza do que quer, tampouco onde quer chegar; é viver sem propósitos, sem alvos; é andar à deriva, tal qual um veleiro sem leme, tripulado por alguém sem bússola.

O pior cego...

Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco. (Mt 15:14 NVI)

Dizem que “o pior cego é aquele que não quer ver”. O poeta e jornalista Luís Turiba fez uma versão, digamos, ambiental da frase, que diz: “O pior cego é aquele que não quer verde”.

Se você é homem, sabe o que isso significa. E as mulheres também sabem muito bem sobre essa disfunção tipicamente masculina: homens (quase) nunca encontram o que procuram. A explicação para esse comportamento pode estar em outra característica masculina: homens, em geral, não são detalhistas, como as mulheres.

Isso nos faz pensar nas pessoas que não conseguem perceber que estão no caminho errado. Pior ainda é quando essa pessoa tenta guiar os outros.

O cego Bartimeu

­­­- O que você quer que eu faça?
­- Mestre, eu quero ver! (Mc 10:51 NVI)

No texto de hoje, lemos a história do cego de Jericó. No relato do evangelho de Marcos, Jesus passava por aquela cidade, quando se deparou com gritos desesperados de quem desenvolveu uma audição aguçadíssima. Bartimeu ouviu o burburinho, as vozes admiradas dos curiosos, as palavras de aclamação, e o nome que tinha um grande significado para ele: Jesus!

Não se sabe, ao certo, se o filho de Timeu adquirira a doença ou se nascera com ela. O fato é que o problema o levou a um dos estados mais deploráveis de um ser humano: a mendicância.

Veja que isso tem um significado e tanto. Primeiro porque um mendigo é um alijado da sociedade; além disso, pode indicar que a própria família o desprezou.

Cegueira espiritual

O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. (2 Co 4:4 NVI)

O texto de Paulo aos coríntios, acima, responde à pergunta: por que tantas pessoas ignoram as verdades do evangelho e preferem viver como escravos de Satanás?

O mesmo Jesus que curou Bartimeu está passando. Mas, dessa vez, os cegos não estão clamando pela misericórdia dele. Ele é o mesmo Senhor que dá vista aos cegos, que levanta os abatidos, que ama os justos (Sl 146:8). Mas essas pessoas estão dizendo: “Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada”. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu. (Ap 3:17)

Que oremos para que a luz e a presença de Jesus cure toda cegueira deste século!
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* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária – ICM, 23/09/2018.

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