domingo, 31 de maio de 2015

Ser cristão

"Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus." (Ef 2:19 NVI)

O que é ser cristão? Se alguém lhe abordasse na rua para uma entrevista ou pesquisa sobre o significado do termo “cristão”, o que você responderia? Quais os critérios que você pode elencar para que uma pessoa seja considerada cristã?

De acordo com dados estatísticos recentes, o Brasil ocupa o terceiro lugar dentre os 60 países onde vivem mais cristãos (o termo originalmente usado é “protestante”), com 42,3 milhões de adeptos (o que representa 22,2% da população, perdendo apenas para os EUA (162,6 milhões, 51%) e Reino Unido (44,7 milhões, 74%).

Outra estatística mostra que o Brasil é considerado o segundo maior país em número de cristãos do mundo, com 175,7 milhões (o que equivale a 90,2% da população). Importante salientar que, neste caso específico, o termo “cristão” engloba tanto evangélicos quanto católicos.

Por que Cristão?
 

Você já se perguntou por que somos chamados cristãos? A partir de que momento os que professam a fé no Filho de Deus foram identificados dessa forma?

Crente, evangélico, protestante, irmão… São diversas as formas de tratamento do povo de Deus. Isso sem falar nos adjetivos, digamos, mais pejorativas. Ao longo da História, os fiéis receberam diferentes nominações.

Sobre o termo cristão, é sabido que os seguidores de Jesus de Nazaré receberam pela primeira vez essa alcunha na antiga cidade de Antioquia da Síria (atual Antakya, localizada no Sudeste da Turquia). De acordo com o relato do livro de Atos, Paulo e Barnabé estiveram por um ano ensinando os irmãos daquela cidade. Foi nessa cidade que os discípulos de Jesus receberam pela primeira vez a identificação de cristãos (At 11:26).

O termo cristão (do grego christianoi, do latim christianus), cujo significado original é “seguidores/adeptos de Cristo” ou “discípulos de Cristo”, aparece apenas três vezes no Novo Testamento (At 11:26; 26:28; 1 Pe 4:16). Em nenhum deles encontramos evidências de que o termo tenha sido atribuído com o sentido depreciativo, como querem sugerir alguns. Vale destacar que existe outro termo usado pelos judeus, esse sim com sentido pejorativo: nazarenos (At 24:5). O título faz referência à cidade de Nazaré, que tinha uma péssima reputação entre os judeus (Jo 1:46).

Os judeus ainda usavam outro título para os discípulos de Jesus, identificando-os como uma seita, uma ameaça: O Caminho (At 9:2; 19:9,23; 24:14,22).

Cristãos nominais


Além de não concordarmos com a atribuição indiscriminada do título cristão (uma vez que Cristo mesmo é o Caminho para Deus – Jo 14:6, dispensando, portanto, a “ajudinha” de “santos” de toda espécie, nem ao menos de Maria, como a teologia católica defende), a despeito ainda do aumento considerável do número de cristãos no país, é cada vez maior o número dos chamados “cristãos nominais”.

A Igreja Evangélica brasileira está cada vez mais caracterizada por uma legião de “frequentadores de igrejas”. Tanto aqueles que vão a uma igreja aos domingos, apenas por tradição e/ou influência da família, assim como os que escolheram o “nomadismo crente” (não estabelecem raízes, mas vivem de igreja em igreja) podem fazer parte do grupo dos “nominais”.

Os sem-igreja (“desigrejados”)


E o que dizer daqueles que são conhecidos exatamente por... não frequentar a igreja? Ora, se não é salutar ir à igreja de vez em quando, apenas por falta de opção, quanto mais é optar por não ir a igreja. Os adeptos dessa prática sugerem que podem ser crentes em casa, que podem servir a Deus sem precisar frequentar igrejas, que as igrejas estão cheias de pessoas falsas, que os líderes são dominadores e manipuladores, que existem muitas regras, etc., etc., etc.

Na realidade, há que se considerar que há muito as igrejas deixaram de ser apenas um lugar de comunhão para ser um lugar de conflitos de toda espécie; que passaram a mais afugentar membros do que a atrair potenciais irmãos; que se transformaram em verdadeiros “comércios da bênção”, através dos ideais da teologia da prosperidade, ao invés de simplesmente pregar o Evangelho da graça.

Entrementes, todos esses argumentos não invalidam a necessidade da reunião dos fiéis em torno de um objetivo comum: adorar a Deus e exercitar a capacidade de criar e manter relacionamentos. Isso é aderente ao que foi registrado pelo escritor de Hebreus:

“Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.” (Hb 10:25 NVI)

Conclusão


O verdadeiro cristão está muito além de um mero frequentador de igreja; tampouco é cristão o que optou por não frequentá-la. A simples prática de boas obras também não faz de você um cristão genuíno, muito menos o fato de estar ligado a uma família cristã.

O cristão autêntico é aquele que entregou sua vida, verdadeiramente, a Jesus, crendo que Ele é o Filho de Deus, enviado por este para a remissão dos nossos pecados, que foi morto na cruz e que ressuscitou ao terceiro dia; é aquele que foi impactado pelo novo nascimento, promovido pelo Espírito Santo (J0 3:3); é aquele que se tornou um filho de Deus, por adoção (Rm 8:15; Jo 1:12), pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo (Ef 2:8).

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* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 18/01/2015.

Sites consultados:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Protestantes_por_país
www.cps.fgv.br/cps/bd/rel3/REN_texto_FGV_CPS_Neri.pdf
http://noticias.gospelprime.com.br/brasil-e-o-segundo-maior-pais-em-numero-de-cristaos-do-mundo/
http://pt.wikipedia.org/wiki/História_do_cristianismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antioquia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antakya
http://www.gotquestions.org/Portugues/que-Cristao.html
http://www.cacp.org.br/o-nome-cristao-e-pagao/

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