sexta-feira, 30 de março de 2012

Eu sou protestante!

“Ouvi e protestai contra a casa de Jacó, diz o SENHOR Deus, o Deus dos Exércitos:” (Am 3:13)

Por muito tempo, os crentes (mais conhecidos hoje como evangélicos) eram identificados pelo termo “protestante”. Entretanto, em geral, quando empregada, essa alcunha vinha carregada de certo grau de negatividade, soando mais como uma acusação. Talvez por esse motivo os cristãos de hoje não veem com bons olhos o adjetivo, chegando até mesmo a ignorar completamente seu sentido original.
 
UMA GRANDE REFORMA
 
A Reforma Protestante foi um movimento iniciado primeiramente na Alemanha do século XVI, no seio da Igreja Católica, pelo monge Martinho Lutero, a partir da publicação das suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517. Na realidade, diferentemente do que grande parte dos cristãos pensa, a Reforma de Lutero não tinha a pretensão de promover o cisma da Igreja, mas uma verdadeira reforma nos postulados da religião católica. Dada a revolução que as ideias de Lutero representavam para a Igreja, o resultado foi a divisão da Igreja Ocidental em Igreja Católica e Igreja Reformada ou Protestante.

Além da Alemanha, Lutero também teve a adesão de outros reformadores de vários países europeus, dentre os quais: Suíça, França, Países Baixos (Holanda), Reino Unido, Escandinávia, Hungria e Países Bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia).
 
Em geral, as 95 teses condenavam a avareza e o paganismo na Igreja, além de convidarem a uma reflexão teológica acerca do significado das chamadas indulgências. Segundo a doutrina católica, indulgência é o perdão fora dos sacramentos, total ou parcial, da pena temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados. Em outras palavras, quando um pecado é perdoado por algum sacramento (o da Penitência, por exemplo), o que representa a remoção da culpa e do castigo eterno, ainda permanece a pena temporal exigida pela justiça divina, que deve ser cumprida na vida presente ou no Purgatório. Dessa forma, a indulgência permite ao penitente o cumprimento da dívida durante sua vida na terra, reparando o mal gerado pelo pecado. Como era de se esperar (não bastasse a falta de amparo bíblico para essa doutrina), as indulgências passaram a ser concedidas indiscriminadamente (ou melhor, vendidas). Foi o que fez o Papa Leão X, em 1517, ao oferecer indulgências em troca de ofertas para a construção da Basílica de São Pedro, em Roma. Aliás, foi o que motivou Lutero a publicar as suas 95 teses.
 
Destacam-se, além de Lutero, importantes reformadores, como: João Calvino (França), Ulrico Zuínglio (Suíça), John Knox (Reino Unido).

Os princípios fundamentais da Reforma são os chamados Cinco Solas: Sola fide (somente a fé), Sola Scriptura (somente a Escritura), Solus Christus (somente Cristo), Sola gratia (somente a graça) e Soli Deo gloria (glória somente a Deus). Os solas são uma clara contraposição às doutrinas católicas.
 
O PROTESTANTISMO E AS PRIMEIRAS DENOMINAÇÕES
 
A principal consequência da Reforma Protestante foi o advento do chamado Protestantismo, que pode ser definido como, nada mais do que, um retorno aos fundamentos da fé cristã, o que ficou evidenciado nos cinco Solas. A partir da disseminação das ideias reformadoras, surgiram diversas denominações evangélicas, como: luteranos, anglicanos, presbiterianos e congregacionais. Por sua vez, esses primeiros grupos originaram outras denominações: batistas, metodistas, e assim por diante.

Vale ressaltar que, apesar de as primeiras denominações terem sido precursoras das igrejas evangélicas de nossos dias, é falsa a ideia de que o cristianismo tenha sido produto da Reforma. O que a Reforma representou, em suma, foi uma ruptura com a versão romana do cristianismo (que teve início com a “sacralização” do paganismo pelo imperador Constantino, no ano 312 d.C.) e um resgate do cristianismo bíblico.
 
DE VOLTA À REFORMA
 
Falando em resgate, é tempo de a igreja evangélica retomar a posição que tinha antes; é tempo de voltarmos a assumir a posição de protestantes; é tempo de romper com o “paganismo” das ideias do “politicamente correto” em detrimento da verdade bíblica.
 
Protestemos, portanto, contra o homossexualismo, que tem crescido em proporções geométricas, cujo poder de influência tem atingido das classes mais abastadas aos mais elevados setores da política. Do ponto de vista do bem estar do corpo, as relações homossexuais continuam sendo o principal meio de contágio de doenças sexualmente transmissíveis, sobretudo a AIDS [1][2]. Do ponto de vista bíblico, práticas homossexuais sempre foram reprovadas por Deus (Lv 18:22; Rm 1:27).

Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação. (Lv 18:22)

Semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. (Rm 1:27)

Protestemos contra a banalização do sexo e do corpo, pois o sexo foi criado pelo próprio Deus para ser bênção entre os casados (Gn 2:24-25) e não instrumento de dominação e perversão, e o corpo foi feito para ser santuário de Deus (1 Co 3:16; 2 Co 6:16) e não objeto de comércio.

Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam. (Gn 2:24-25)

Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (1 Co 3:16)
 
Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
(2 Co 6:16)

Protestemos contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, que tem sido vítimas até mesmo dos próprios pais, por alegarem não ter outra opção de sobrevivência. Tal prática hedionda tem afastado esse rebanho do plano de Deus (Mc 10:13-14).

Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. (Mc 10:13-14)

Protestemos contra a legalização do aborto, cuja prática, além de contrariar a vontade de Deus (Jó 3:16; Sl 139:13-16) como um crime contra a vida, acaba por incentivar a libertinagem de jovens e adolescentes despreparadas e desprovidas de senso de responsabilidade.

Ou, como aborto oculto, eu não existiria, como crianças que nunca viram a luz. (Jó 3:16)

Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
(Sl 139:13-16)

Protestemos contra a disseminação e provável liberação do consumo de drogas, haja vista que continua sendo um dos principais causadores de outros sérios problemas da nossa sociedade (criminalidade, violência, acidentes de trânsito)[3][4], além de ser frontalmente oposto ao conceito de liberdade que o Evangelho proporciona (Gl 5:1,13).

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. (Gl 5:1,13)

Protestemos também contra a corrupção, que atinge todos os setores da sociedade, fazendo com que os recursos públicos sejam corroídos antes de cumprirem com a devida destinação, promovendo ainda o enriquecimento ilícito e aumentando ainda mais o gap da distribuição de renda entre a população. Essa categoria também é reprovada pelas Escrituras (Pv 22:16; 2 Pe 2:12-19).

O que oprime ao pobre para enriquecer a si ou o que dá ao rico certamente empobrecerá. (Pv 22:16)

Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos, recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco; tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos; abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (recebeu, porém, castigo da sua transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta). Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas; porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor.
(2 Pe 2:12-19)

Protestemos ainda contra a violência, em todos os seus desdobramentos, por cercear a liberdade e a paz de nossa gente, na medida em que o poder público, quase sempre, tem se mostrado incapaz de contê-la eficazmente. Aliás, foi a violência um dos fatores que levou quase toda a raça humana à extinção no Dilúvio (Gn 6:11-13).

A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Então, disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os farei perecer juntamente com a terra. (Gn 6:11-13)

Protestemos, enfim, contra os falsos pastores e líderes religiosos, que oprimem e enganam os fiéis, que ludibriam o povo crente, usurpando-lhes os já escassos recursos. A esses, as Escrituras chamam de falsos profetas e falsos mestres (Mt 7:15; 2 Co 11:13; 2 Pe 2:1), os quais também maculam a imagem da Igreja de Cristo com suas práticas reprováveis.

Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. (Mt 7:15)

Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo.
(2 Co 11:13)

Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. (2 Pe 2:1)

CONCLUSÃO
 
Protestemos. Rompamos com o silêncio da igreja diante de questões tão importantes, tanto do ponto de vista da sociedade organizada e civilizada quanto do Cristianismo como um todo. Façamos valer a alcunha de protestantes.
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Referências:
Wikipédia – a enciclopédia livre – http://pt.wikipedia.org
http://www.biblia.com.br – versão Revista e Atualizada
[1] http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3278&ReturnCatID=59 – acesso em 04/03/2012
[2] http://www.lepanto.com.br/catolicismo/doutrina-catolica/homossexualismo/ - acesso em 04/03/2012
[3] http://www2.forumseguranca.org.br/node/21828 - acesso em 04/03/2012
[4] http://www.temseguranca.com/2009/11/drogas-sao-responsaveis-por-grande.html - acesso em 04/03/2012
Sugestão:
Título original: "Luther"
Ano: 2002
Origem: Alemanha
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