segunda-feira, 30 de junho de 2014

Escolhas


"Mas você deve escolher alguns homens capazes e colocá-los como chefes do povo: chefes de mil, de cem, de cinqüenta e de dez. Devem ser homens que temam a Deus, que mereçam confiança e que sejam honestos em tudo.

Serão eles que sempre julgarão as questões do povo. Os casos mais difíceis serão trazidos a você, mas os mais fáceis eles mesmos poderão resolver. Assim será melhor para você, pois eles o ajudarão nesse trabalho pesado."

[Ex 18:21-22 NTLH]


Você provavelmente já ouviu dizer que a vida é feita de escolhas. Talvez você não concorde, mas dê uma olhada ao seu redor e repare quantas coisas foram resultado das escolhas. Que tal fazer mais um exercício? Faça uma análise rápida de sua própria vida: família, trabalho, amigos, escola/faculdade, igreja… Seguramente, grande parte disso tudo não é nada mais do que produto; produto da escolha. Você também deve argumentar que nem tudo o que possui foi objeto de sua própria vontade, mas que algumas escolhas foram fruto de mera conveniência, ou ainda que teriam sido feitas por falta de opção, ou então que “outras pessoas” escolheram por você…

Pois bem, mas esse não é o ponto. A grande questão é que as escolhas (nossas ou alheias) de hoje determinam o que seremos e o que teremos amanhã.

Que são escolhas?

Em um primeiro momento, escolha pressupõe que tenhamos duas ou mais opções. Assim, se você é casado, provavelmente optou por aquela/e que lhe faria feliz; sua profissão também deve ter sido escolhida dentre um leque de opções; as roupas que você usa também devem ter passado pelo “crivo” do seu gosto; seus amigos foram certamente “pinçados” dentre inúmeros possíveis; enfim, seu estilo de vida, as músicas que costuma ouvir, sua linguagem, os lugares que frequenta, livros, programas, filmes… é tudo escolha.

E o que dizer quando só temos uma opção? Do ponto de vista filosófico, a não-opção também é uma opção. Portanto, quando decidimos não aderir a nenhuma alternativa, também estamos fazendo uma escolha.

Más escolhas

Há que se considerar que nem todas as escolhas que fazemos passam por uma seleção acurada. Muitas delas são feitas em um momento indesejado, desfavorável; outras são feitas levando-se em consideração a opinião ou influência de outras pessoas. O fato é que, em geral, escolhas mal feitas trazem resultados não esperados e, não raro, decepção.

Quanto a isso, um dos amigos de Jó (Eliú), declarou: “O que é direito escolhamos para nós; conheçamos entre nós o que é bom.” (Jó 34:4)

Uma das razões porque escolhemos errado é o puro e simples engano. Acabamos acreditando que aquela opção seria a correta, a mais acertada. No final, a alternativa revela-se nada promissora. Quando possível, voltamos atrás e tentamos corrigir o percurso, mas as consequências ficam. Um exemplo substantivo dessa situação encontramos na vida de Ló, o sobrinho de Abrão. De acordo com o relato de Gênesis (13), quando Abrão e sua família saíram de sua terra com tudo o que tinham, tanto ele quanto Ló eram possuidores de muitos bens, e não tinham como habitar juntos, de modo que houve até mesmo contenda entre os pastores de gado de Abrão com os de Ló. Diante disso, Abrão pediu para que o sobrinho se apartasse dele. Se Ló escolhesse ir para a direita, Abrão seguiria para a esquerda e vice-versa. Qual foi a escolha de Ló?
“Ló olhou em volta e viu que o vale do Jordão, até chegar à cidade de Zoar, tinha bastante água. Era como o Jardim do SENHOR ou como a terra do Egito. O vale era assim antes de o SENHOR haver destruído as cidades de Sodoma e de Gomorra. Ló escolheu todo o vale do Jordão e foi na direção leste. E assim os dois se separaram.” (Gn 13:10-11 – NTLH)

O texto nos faz entender que, se Ló optou pela região irrigada, Abrão ficou com a terra aparentemente desértica. No final das contas, “as campinas do Jordão” se revelaram uma verdadeira maldição (por causa de suas duas principais cidades: Sodoma e Gomorra), ao mesmo tempo em que a terra árida dos cananeus se revelou a grande herança que o Senhor daria a Abrão e sua descendência.

A história das irmãs de Lázaro (aquele que foi ressuscitado por Jesus quatro dias depois de ter sido sepultado – João 11), Marta e Maria, nos traz outro exemplo de uma escolha malsucedida:
“Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: ‘Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!’ Respondeu o Senhor: Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Jo 10:38-42 – NVI)

Observe que Marta optou por aquilo que acreditou ser o certo: os afazeres do lar. Tanto é que ainda apelou para que o próprio Jesus intercedesse por ela, no sentido de convencer Maria a ajudá-la. Triste engano. O Senhor provou-lhe que havia escolhido a pior parte. Parece-nos que Marta queria “mostrar serviço” ao mestre, ou então causar uma boa impressão. Conjecturas à parte, o fato é que, na hora da devoção, da entrega, da adoração, devemos fazê-lo de todo o nosso coração, com todo o nosso ser (Dt 6:5). Entenda que Deus deseja o nosso todo, não apenas o que julgamos ser a melhor parte de nós.

Escolhidos por Deus

Falando sobre escolhas, ninguém tem mais propriedade do que o próprio Deus. Afinal, desde o princípio, foi ele quem escolheu um povo para chamar de seu:
“Pois vocês são o povo escolhido pelo SENHOR, nosso Deus; entre todos os povos da terra ele escolheu vocês para serem somente dele.” (Dt 7:6 – NTLH)
“Feliz a nação que tem o SENHOR como o seu Deus! Feliz o povo que Deus escolheu para ser dele!” (Sl 33:12 – NTLH)

Mas você deve argumentar que a escolha de Deus de que falam os textos acima diz respeito à nação israelita. E você está correto. Mas, há que se considerar que Israel era apenas uma figura profética do povo santo que Deus havia de chamar. Isso porque Deus não desprezou o seu povo, como Paulo disse aos romanos (Rm 11):
“Essa escolha se baseia na graça de Deus e não no que eles fizeram. Porque, se a escolha de Deus se baseasse no que as pessoas fazem, então a sua graça não seria a verdadeira graça.” (Rm 11:6 – NTLH)
“Os judeus rejeitaram o evangelho e por isso são inimigos de Deus, para o bem de vocês, os não-judeus. Mas, pela escolha de Deus, eles são amigos dele, por causa dos patriarcas.” (Rm 11:28 – NTLH)

Ainda que nossas escolhas sejam titubeantes, duvidosas, inseguras, a escolha de Deus é sempre perfeita. Creia que a opção que ele fez por você teve um propósito bem firmado:
“Porém Deus, na sua graça, me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para servi-lo.” (Gl 1:15 – NTLH)

Muitas vezes, questionamos até mesmo as escolhas de Deus, sem entender que os parâmetros de Deus não são como os nossos:
“Escutem, meus queridos irmãos! Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e para possuírem o Reino que ele prometeu aos que o amam.” (Tg 2:5 – NTLH)
“…pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são.” (1 Co 1:27-28 – NTLH)
“(…) Assim ficou confirmado que é de acordo com o seu plano que Deus escolhe aqueles que ele quer chamar, sem levar em conta o que eles tenham feito.” (Rm 9:11 – NTLH)

Escolha Deus

O mesmo Deus que escolheu para si um povo exclusivo está, neste exato momento, chamando você para fazer parte desse povo. Mas saiba que, antes de você o escolher, ele mesmo já fez isso por você (Jo 15:16).

Veja que o próprio Deus põe diante de todo homem o bem e o mal, o caminho da vida e o caminho da morte (Jr 21:8). Além disso, ele faz mais, ele indica a opção correta (Dt 30:15,19). “Escolham a vida, para que vocês e os seus descendentes vivam muitos anos”.

Conclusão

Suas escolhas, no final, vão determinar quem (ou o que) você será. Quando reclamamos de certas coisas que acontecem em nossa vida, não nos apercebemos de que estamos provando de nossas próprias escolhas.

"Mas, se vocês não querem ser servos do SENHOR, decidam hoje a quem vão servir. Resolvam se vão servir os deuses que os seus antepassados adoravam na terra da Mesopotâmia ou os deuses dos amorreus, na terra de quem vocês estão morando agora. Porém eu e a minha família serviremos a Deus, o SENHOR." (Js 24:15)
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* Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 22/12/2013.

Referências:
* Todas as referências bíblicas citadas foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net), versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA), excetuando-se aquelas cuja tradução for citada, como a Nova Versão Internacional (NVI) ou Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).

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