sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O maior pecado da Igreja

A desunião do Corpo de Cristo é o escândalo dos séculos. Creio que se trata do mais hediondo e destrutivo dos pecados da Igreja. Visto que a desunião do corpo é bem mais freqüente do que os demais pecados e, à semelhança destes, verdadeiramente ata as mãos do Espírito Santo, ela faz com que mais almas se percam do que outras ofensas flagrantes, como mentira, imoralidade, alcoolismo etc. O Espírito Santo não pode tratar eficientemente da convicção e conversão dos pecadores quando os “santos” estão divididos.

O pecado da desunião é um pecado contra o corpo e o sangue de Jesus, contra a oração que Jesus fez em João 17. É também o maior obstáculo à salvação do mundo. Sempre que um cristão manifesta antagonismo e franca hostilidade para com outro, somente Satanás é o vencedor. Quando pessoas interessadas no Evangelho ou novos convertidos descobrem que os discípulos professos de Jesus estão fragmentados, são invejosos e até beligerantes em espírito, eles ficam totalmente frustrados e decepcionados. Para eles é incompreensível, inexplicável e até vergonhoso ver o Corpo de Cristo dilacerado pelo proselitismo, pela avareza e pelo ciúme.

Não Julgueis

Tem-se denominado a crítica injusta e desamorosa de uns para com os outros de “o pecado peculiar dos santos”. De fato, é o vício mais evidente do “povo santo”. Muitos que condenam enfaticamente as doutrinas de uma religião pecaminosa são culpados de violar o mandamento inequívoco de Cristo: “Não julgueis” (Mt 7.1). Essa violação é pecado (Rm 14.1-4, 10,13). Por alguma razão, os “santos” que sinceramente abominam o pecado da mentira, do roubo e do adultério, e que gritam mais alto que todos reivindicando viver sem pecado, com freqüência são culpados de grosseira desobediência ao mandamento positivo de Cristo e ao conselho inspirado de Paulo. De acordo com Jesus e Paulo, o julgamento mútuo em assuntos não essenciais é pecado. As congregações e denominações que pregam os mais elevados padrões de santidade parecem ser as mais fragmentadas.

O hábito de julgar os outros resulta na rejeição de um irmão que nasceu de novo por causa da sua opinião quanto a assuntos não essenciais à salvação. O aumento do hábito de julgar, portanto, é sinal da diminuição da graça. Significa que não acreditamos que Deus sabe corrigir os seus filhos, ou que seja capaz de fazê-lo. Em outras palavras, é colocar-se no lugar de Deus.

Igreja: Um Laboratório Para Desenvolver O Amor Ágape

A igreja local é considerada uma família (Ef 2.19). É aqui que podemos encontrar uma “oficina espiritual” dedicada ao desenvolvimento do Amor ágape. São as pressões e exigências de uma comunhão espiritual entre membros diversificados que oferecem a situação ideal para testar e amadurecer a importantíssima qualificação para a Noiva de Jesus participar do governo do Universo, que é o Amor ágape.

Visto que todas as pessoas que nasceram de novo são membros do Corpo de Cristo (1 Co 12.12,13), e que esse Corpo inclui pessoas das mais variadas procedências, opiniões e posicionamentos, podemos afirmar que Deus mantém comunhão com pessoas em lados totalmente opostos nas diversas disputas doutrinárias. Sendo isso verdade, será que temos direito de recusar comunhão a outros membros do Corpo? Se o fizermos, não estaríamos em perigo de diminuir ou romper nossa comunhão com Deus, que é Pai nosso e deles também?

Quantidade alguma de Graça jamais fará com que todas as pessoas nascidas de novo concordem quanto a que sistema doutrinário constitui absoluta verdade conceitual. Se a oração de Cristo pela unidade do Corpo deve concretizar-se deste lado da eternidade, há de ser na base de um Pai comum, isto é, na base do Amor ágape. Significa que o amor pela família excederá a devoção que a pessoa nutre pelas próprias opiniões acerca de tópicos não essenciais à salvação.

Não se trata de abrir mão de convicções pessoais a fim de amar um irmão, membro do mesmo círculo familiar, que tem o mesmo Pai. A pedra fundamental e o alicerce mais tangível e vital do amor – e, portanto, da unidade e da comunhão – é reconhecer nos outros um mesmo ancestral ou um relacionamento familiar, e não uma opinião comum. Se isso for verdade, a comunhão nessa base é mais importante para Deus do que a teologia absolutamente correta.

O Que Mais Interessa A Deus

Deus está mais interessado no Amor entre os membros de sua família do que na inerrância das opiniões desses irmãos. Em qualquer controvérsia, quer na prática, quer na doutrina, o elemento mais importante não é que se tomem as decisões mais sábias, mas que se mantenha o espírito correto.

Uma pessoa pode estar certa na opinião, porém errada no espírito. Outra pode estar certa no espírito e errada na opinião. O que acontece quando alguém está errado no espírito? Não fica o Espírito Santo dentro dessa pessoa entristecido e não testemunha Ele acerca dessa ofensa mediante um sentimento íntimo de desaprovação? Seria possível negar isso?

Quando afirmamos que para Deus há algo mais importante do que pontos de vista corretos, estamos dizendo que o espírito certo, a expressão do seu Amor, é o que mais conta para ele. Deus pode abençoar – e realmente abençoa – os que assumem pontos de vista contraditórios, mas jamais abençoa a falta de Amor. Estar certo na doutrina e errado no espírito é estar quase totalmente errado.

Ao passo que a Palavra de Deus é inerrante, a opinião de alguém sobre um ponto controvertido não o é. Há possibilidade de erro em todas as declarações doutrinárias extra-escriturísticas, ou em todos os enunciados de interpretação bíblica. Portanto, nenhum credo eclesiástico é infalível.

Por outro lado, o amor, à semelhança de outras graças do Espírito, só cresce sob provações. Sempre que pessoas nascidas de novo se encontrarem em lados opostos de uma controvérsia sobre um ponto não essencial à salvação, o amor ágape deve evitar a ruptura da comunhão ou uma divisão direta. Tais ocasiões oferecem oportunidade para o crescimento em amor e, portanto, em esferas eternas.

As divisões por causa de doutrinas não relacionadas à experiência do novo nascimento, como costumes, formas de governo, personalidades e outras são um desperdício de tristezas e pesar ao Espírito Santo. Não se deve permitir que nada, a não ser uma heresia ou um pecado aberto, algo que afete o relacionamento com o Pai, traga cisma ao Corpo de Cristo.

A maior parte das desavenças nas congregações locais é produzida não principalmente por diferenças quanto a pontos essenciais, mas por ambições humanas não santificadas, inveja e choques de personalidades. A verdadeira raiz de muitas dessas situações é uma carência em crentes individuais que revelam lamentável imaturidade no Amor. É por isso que a igreja local é um dos melhores laboratórios onde os crentes individuais podem descobrir seu real vazio espiritual e começar a crescer no Amor ágape.

Quando há verdadeiro arrependimento, a humilde confissão dos pecados de inveja, ciúme e ressentimento e o pedido de perdão mútuo, o resultado será crescimento real no Amor ágape que cobre tudo. Isso libera o Espírito Santo para curar feridas e atear o fogo do reavivamento.

Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária, na Escola Bíblica Dominical, em 18/11/2007.

Texto adaptado

Publicado em: 30/8/2007, no site www.webservos.com.br, acesso em 17/11/2007.
Autor: Paul Billheimer
http://www.revistaimpacto.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Como matar uma igreja?


As igrejas do Novo Testamento não morrem de morte natural: elas são de tal forma estabelecidas que não podem morrer de morte natural. Sim, elas podem ser mortas, mas dificilmente o são por ataques externos (a não ser que este aniquile toda a membresia): na grande maioria dos casos em que igrejas foram mortas, elas o foram por ataques internos, sendo os seus próprios membros que as mataram. Uma Igreja não é apenas uma organização, ela é também um organismo, uma coisa viva; e, como tal, tem o potencial de crescer e florescer, ou de definhar e morrer.

O Senhor prometeu que Sua Igreja, considerada como uma instituição, não morreria (Mt 16:18). Isso significa que haverá uma continuidade de igrejas locais seguindo o modelo da Igreja de Jerusalém, até Seu retorno; Mas não garante a continuidade de existência, e de fidelidade de nenhuma igreja individual. Como então pode uma Igreja ser morta?

I. PELA AUSÊNCIA DE SEUS MEMBROS

Em 1 Co 12:12-14, Paulo compara os membros da Igreja com os membros de um corpo físico. Quando os membros da igreja começam a se ausentar dela, isto a leva à morte. Agora, o que leva os crentes a se ausentarem da igreja?

§ Achar que não faz falta – "Não importa se eu comparecer ou não. Os outros farão com que as decisões sejam tomadas do modo que lhes agrada".

§ Menosprezar certas reuniões – Exemplos: cultos de oração e da manhã de domingo (EBD).

§ Não ir por “força maior” – Exemplos: sono, preguiça, outras atividades (namoro, TV, filmes, aniversários…).

§ Ir sob pressão – São aqueles que vão apenas “marcar presença”, mas a cabeça está em outro lugar.

§ Ir por opção (ou por falta de) – Aqueles que só vão porque não têm outra coisa melhor pra fazer em casa ou fora dela.

§ Por não fazer parte do corpo – Alguns membros de igrejas as abandonam permanentemente, para nunca mais a ela retornarem, simplesmente pelo fato de que não eram verdadeiros membros do corpo (Hb 10:25-26; 1 Jo 2:19).

II. POR MATÁ-LA DE FOME

Sendo a igreja um organismo vivo, precisa de alimento para não morrer. Vejamos alguns:

§ De almas – Uma Igreja vive e cresce somente pelas conversões e pela adição daqueles convertidos ao seu número de membros; portanto, se não for alimentada por verdadeiras conversões resultantes de pregação e oração, cedo morrerá por falta de adições. Almas sendo salvas constituem uma transfusão de sangue para qualquer Igreja (At 2:47).

§ De espiritualidade – Uma Igreja pode ser morta por inanição de espiritualidade. Exemplo: a igreja de Roma, muito antes do início da igreja católica apostólica romana com o imperador Constantino, em cerca do ano 325 a.C., foi uma vez uma Igreja do Novo Testamento, até que perdeu a sua espiritualidade. Como isso pode ser evitado? Por seus membros viverem uma vida santificada e dedicada, dia a dia e não semana a semana, nem mês a mês.

§ De recursos – Uma igreja é um negócio - o maior, o mais nobre e mais precioso negócio no mundo; por essa razão, precisa de dinheiro para poder funcionar. Deus não precisa de dinheiro, mas seus obreiros precisam (1 Co 9:1-14).

§ De oração – Sabe-se que a oração é um dos principais sustentáculos da igreja, tanto no sentido individual, quanto como corpo.

Há uma verdade que se aplica tanto aos crentes quanto às mulas: Ambos, crentes e mulas, não podem fazer seus trabalhos e produzir enquanto estão escoiceando; e não podem escoicear enquanto fazem seu trabalho e produzem.

III. POR CONTENDA DENTRO DELA

Contenda provavelmente tem matado quase tantas igrejas quanto quaisquer outras coisas. Quando duas pessoas estão em discórdia e ambas são supremamente egoístas, isto causará uma contenda que crescerá até que consuma toda a igreja, a não ser que a igreja tome medidas até dar um fim à contenda. Contenda é uma marca característica de imaturidade espiritual e de carnalidade (1 Co 3:1-3).

Podemos enumerar as seguintes raízes da contenda:

§ Orgulho – Onde há contenda, ambas as partes assumem que estão certas e não admitirão sequer a possibilidade de estarem erradas. Ao mesmo tempo, nenhuma das partes tentará ver através do ponto de vista da outra parte, nem admitirá que a outra poderia estar certa no menor dos graus.

§ Repreensão pública – Não são poucas as pessoas que saíram de uma igreja por motivo de ter ouvido palavras duras de um líder ou pastor, até mesmo durante a pregação. Não devemos nos esquecer de que os líderes foram revestidos de autoridade (1 Tm 5:20; Tt 1:13; Hb 13:17). Isso não quer dizer que o pregador possa usar o púlpito para viver surrando verbalmente alguns membros por causa de diferenças pessoais de opinião, nem que ele deva saltar em cima e esporear todas as pessoas por todos os pequenos passos imperfeitos. O pastor sábio e humilde dará bons conselhos, com moderação e longanimidade, mesmo nas mais sérias violações da ética cristã (Pv 15:1). Um pastor arrogante somente produzirá dores para si próprio e desencorajamento para a Igreja.

§ Liderança dividida – Opiniões divergentes acerca de determinado assunto é normal. Mas quando não existe consenso sobre questões fundamentais entre os próprios líderes de uma comunidade, é um passo para o surgimento de discórdias e brigas.

IV. POR TEIMOSIA REBELDE

Nas Escrituras, teimosia rebelde é um pecado que é comparado ao de feitiçaria e idolatria (1 Sm 15:22).

O pecado da igreja de Sardes foi que ela teimosamente se recusou a se arrepender de seus pecados (Ap 3:3).

Alguns dizem "Bem, é minha vida, e é somente da minha conta se eu me arrependo ou não", mas isto não é verdade, pois cada pessoa é um exemplo para alguém mais, e seu mau exemplo fará outros se desviarem, talvez em algo muito pior. "... um pouco de fermento faz levedar toda a massa" (1 Co 5:6). Jesus também alertou sobre isso (Lc 17:1-2).

Uma Igreja existe não apenas em benefício dos seus próprios membros atuais, mas é uma testemunha para muitos que podem nunca vir a ser membros dela, mas que podem ser guiados ao Senhor através do seu ministério. A atitude de alguns é: "Eu estou salvo, portanto que o resto do mundo vá para o inferno. Não ligo a mínima". Tal atitude dificilmente evidencia verdadeira salvação. Se devemos nos preocupar com as necessidades fisiológicas de uma pessoa, quanto muito mais isto é verdade a respeito daquele que não têm nenhuma preocupação pelo bem estar das almas dos outros? (1 Jo 3:17).

V. POR EGOÍSMO

Vivemos na mais afluente e rica sociedade que este mundo jamais conheceu. Adicione a isto o fato de que esta geração tem maiores meios de levar o Evangelho a cada raça, nação e tribo de povos, do que qualquer geração anterior. Rádio, TV, Internet e imprensa fazem evangelismo possível como nunca antes o foi. Mas, ao invés de usar estes meios e riquezas para a Glória de Deus, os homens se tornaram tão egoisticamente envolvidos por eles que todas estas coisas se tornaram definitivos detrimentos à verdade.

Tem sido constatado que pessoas gastam centenas de vezes mais em animais de estimação do que em todos os empreendimentos religiosos combinados, e o jornalista Paul Harvey relata que nos Estados Unidos da América, para cada 1 dólar que é gasto nas igrejas, 12.000 dólares são gastos em atividades criminosas.

Há muitos campos de missão estrangeira nos quais um missionário nacional, isto é, daquele país, pode ser sustentado por somente 25 a 30 dólares por mês.

Alguém diz: "Mas devemos usar algum do nosso dinheiro em missões domésticas, aqui mesmo na nossa vizinhança". Por "Missões Locais" alguns somente querem dizer: "Vamos gastar o dinheiro localmente em algo em que nós possamos ter todos os benefícios".

O que tudo isto tem a ver com matar uma Igreja? Apenas isto: contribuir para missões é o termômetro que mostra a atmosfera espiritual de uma Igreja. É geralmente o medidor da dedicação dos membros de uma Igreja a Deus.

Está você matando sua Igreja pela sua ausência, pecaminosidade, por seu egoísmo, por sua negligência ou teimosia? Então se arrependa antes que a Igreja e você sejam destruídos.

Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária, na Escola Bíblica Dominical, em 02/12/2007.

Texto adaptado

Publicado em: 16/07/2007, no site www.webservos.com.br, acesso em 24/11/2007.
Autor: Davis W. Huckabee (Traduzido [e adaptado] por Valdenira Nunes de M. Silva, 2002. Revisado por Marcelo Gross, 2007).
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