quinta-feira, 31 de maio de 2012

A oferta que agrada a Deus

Muito provavelmente, você já deve ter-se debruçado diversas vezes sobre esse texto. Talvez já ouviu inúmeras mensagens, estudos e ainda apelos no momento da oferta, em que o orador fazia uso dos fatos narrados sobre essa anônima senhora. Só o que sabemos é que ela era uma senhora viúva e que não tinha muitas posses. É provável que você chegue à conclusão de que as lições contidas nesse texto são tão simples e fáceis de entender que dispensam outras explicações.

Entretanto, você também deve concordar que muitas coisas identificadas como “verdades fundamentais” são, por vezes, ignoradas pela maioria das pessoas, inclusive por você. Portanto, é preciso tentar responder algumas questões vitais contidas no texto:

ü  Qual a diferença entre a maneira que Deus vê e a maneira que o homem vê?

ü  Qual a relação entre 'o muito' e 'o pouco' para Deus. E para o homem?

ü  Será que Deus nos observa enquanto entregamos para Ele as nossas ofertas?

ü  Será que a oferta agradável a Deus é aquela que nos faz falta, a oferta sacrificial?

ü  Como podemos aplicar estas lições à nossa vida, ao nosso dia a dia?

O ponto de vista de Deus versus o do homem

Vamos pensar primeiramente, em algo que transparece de modo latente e claro no texto, que é a diferença entre o ponto de vista humano e o ponto de vista divino. O primeiro é voltado para o valor, a quantidade, o volume, o material, o exterior, o visível, o aparente e o que desperta louvores humanos; o outro é voltado para o espiritual e se preocupa mais com a atitude do coração do ofertante do que com o conteúdo, e vê o desprendimento, a entrega, o sacrifício, não se preocupando com a quantidade ou o valor da oferta, mas, na atitude e no coração do ofertante.

A oferta é um retrato fiel do coração do ofertante para com Deus, é um símbolo da confiança que temos nele. Todos ofertavam para Deus; alguns são vistos e valorizados por homens; a mulher é vista e valorizada por Deus. Quem teve melhor recompensa?

Muito ou pouco: eis a questão

Em segundo lugar, podemos pensar noutro princípio aqui evidente, que é a relação entre o muito e o pouco sob estes dois pontos de vista. Na visão humana, observa-se a oferta e compara-lhe o valor, a soma, a quantia, o que se pode fazer com o dinheiro investindo na obra de Deus; assim, quanto mais se tem, mais se pode fazer. O olhar divino é diferente: Ele observa o ofertante, não a oferta, observa o sacrifício, a fé, e, ainda que economicamente a oferta nada represente, tem um valor espiritual incalculável perante os olhos de Deus, e Lhe chega como aroma suave às narinas.

No relato bíblico, lemos que a mulher depositou “duas pequenas moedas”, que eram equivalentes a “um quadrante” (quadrans). O termo traduzido por “pequena moeda”, na realidade era um “lepton”, que correspondia à menor moeda judaica da época. Era uma moeda de cobre que tinha, aproximadamente, 0,8 g e equivalia a ½ quadrante (menor moeda romana), também de cobre, equivalente a ¼ de asse, esse correspondia a 1/16 do denário (para os romanos e dracma para os gregos), equivalente a uma diária de um trabalhador regular da época. Resumindo:

1 lepton = ½ quadrante = ¼ de asse = 1/16 do denário = 1/100 da mina = 1/60 do talento, ou

1 talento = 60 minas; 1 mina = 100 denários; 1 denário = 16 asses; 1 asse = 4 quadrantes; 1 quadrante = 2 leptons (oferta da viúva).

Destaque-se ainda que o termo grego usado por Marcos significa, literalmente, que era uma mendiga. Lucas (21:2), por sua vez, usa outro termo, que indica extrema pobreza. Concluímos, então, que a oferta da viúva fora insignificante, em termos monetários, mas de grande valor para Deus.

A oferta sacrificial

Quem teve mais fé nesta situação? Quem ofereceu o melhor sacrifício a Deus? Saiba, Deus merece e quer tudo, não a sobra. Ele tem prazer em observar o coração dos seus filhos no ato de ofertar. A atitude e o coração do ofertante é mais importante para Ele do que a oferta. Você se lembra de Caim? Deus o observava, e não se agradou dele, e não recebeu a sua oferta, apesar de quantitativamente falando, estar oferecendo uma oferta volumosa e expressiva. Sua vida não foi aprovada por Deus, conseqüentemente, a sua oferta não foi aceita. Aqui está em jogo o ofertante, não a oferta.

Você acha que pode comprar a Deus com o seu dinheiro ou bens? Acha que pode corrompê-Lo? Acha que pode viver impiamente e compensar com ofertas? Ele não precisa disto. A oferta é apenas uma maneira de provar a nossa gratidão, é uma demonstração de que confiamos nele para o nosso sustento, pois se somos capazes de ficar sem nada, por lhe entregar tudo, é porque temos a certeza de que Ele irá suprir e satisfazer as nossas necessidades.

Será que Deus tem aceitado as nossas ofertas? Ele está a nos observar e tem prazer quando vê um filho seu mais preocupado em lhe honrar e agradar do que consigo mesmo. Quando o vê em atitude de fé, entregando aquilo que lhe fará falta, demonstrando que confia em seu cuidado. Oferta é demonstração de fé e, se não nos fizer falta, é apenas a sobra, e Deus não aceita sobra, o homem, sim. A oferta aceitável a Deus deve ser aquela que provém de um coração sincero e confiante.

Conclusão

Você é alguém que dá a sobra para Deus, seja do tempo dedicado a Ele, seja das boas obras que faz, seja das vezes que testifica dele a outros, seja do lugar e importância que ocupa na sua vida, mente e pensamentos, seja do dinheiro que investe em sua obra? É daqueles que vivem desonrando e desobedecendo a Deus, mas tranqüiliza a consciência quando vai à igreja de vez em quando, ou dá um bom dinheiro para compensar? Esta é a oferta de Caim, a oferta dos fariseus. Mas, não é isso que Deus quer de nós.

E o que Deus quer de nós? Ele quer o controle total das nossas vidas, quer que dependamos dele para viver, quer todo o nosso dinheiro, todos os nossos bens, quer a nossa família, quer estar no controle do nosso coração, quer participar das nossas decisões, quer comandar a nossa vontade e ser o centro da nossa fé e amor.

Ele nos quer completos para Ele, não quer o que nos sobra. Ele quer tudo, mesmo que pareça pouco, ou quase nada. Ele não se satisfaz com menos do que isto. Ele não quer as nossas coisas, Ele nos quer, pois, tendo-nos, também terá tudo o que é nosso. Então, não é o quanto se dá para Deus que importa, mas quem dá. Ele quer exclusividade e não partilha a sua glória com ninguém.

A mulher da história, não tinha marido, não tinha ninguém para lutar por ela, era pobre, e o pouco dinheiro que poderia aproveitar em seu benefício, ela deu como oferta de gratidão a Deus, em benefício da obra dele, que tinha prioridade até sobre a sua vida. Era tudo quanto tinha, mas ela deu, e certamente não se arrependeu, nem se preocupou se as pessoas ao seu redor ficariam satisfeitas com a quantia. Seu único objetivo era agradar a Deus.

E você, está disposto a deixar que Deus controle toda a sua vida? Você quer agradar a Deus? Então se inspire nesta história. E lembre-se: Deus te quer por inteiro, e isto inclui tudo quanto você possui, mesmo que pareça não ser nada. Ele promete se revelar e se manifestar aos que se desprenderam de si mesmos e estão saltando inteiramente em seus braços, sem se preocupar que abaixo há um profundo abismo, pois confia que Ele irá amparar em Seus braços. Que a nossa vida e as nossas oferendas sejam agradáveis aos Seus olhos, e recebam dele o louvor.

A Deus toda a glória!


* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 13/07/2008.
** Mensagem adaptada. Texto original de autoria de Jair Souza Leal, disponível em:


Acesso em 12 Jul. 2008.

Referências:




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