terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um por todos





Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. [2 Co 5:14-15 - NVI]
Um por todos… Seguramente você conhece essa expressão, assim como sua continuação. Esse bordão se eternizou através do romancista francês Alexandre Dumas, em sua conhecida obra “Os três mosqueteiros”, romance publicado em 1844.

Os Três Mosqueteiros conta a história de D’Artagnan, um jovem abandonado de 18 anos, originário da região da Gasconha, que, em abril de 1625, vai a Paris com o objetivo de se tornar membro do corpo de elite dos guardas do rei (Luís XIII), conhecidos como mosqueteiros. Chegando à cidade, ele conhece três dos mosqueteiros, chamados “os inseparáveis”: Athos, Porthos e Aramis. A partir daí, os quatro envolvem-se em grandes aventuras a serviço do rei da França e da rainha, Ana da Áustria.

Depois do volume original, o romance se tornou uma trilogia, com a publicação de “Vinte anos depois”, em 1845, e “O Visconde de Bragelonne”, entre 1848 e 1850.

O sucesso da “Trilogia dos Mosqueteiros” pode ser comprovado, primeiramente, pela grande quantidade de autores que, após as publicações originais, começaram a lançar supostas continuações e novos episódios. No cinema, foi uma das obras que mais filme inspirou. Foram produzidas pelo menos 6 versões: 1921, 1935, 1948, 1973, 1993 e 2011.

Curiosamente, o conhecido bordão dos mosqueteiros foi traduzido em sua forma inversa, já que a frase original do romance é “tous pour un, un pour tous” (“all for one, one for all”, em inglês), ou seja, “todos por um, um por todos”.

Um por todos

É sabido que a expressão dos mosqueteiros evoca princípios como: unidade, irmandade, companheirismo, trabalho em equipe, cumplicidade. Não é à toa que se tornou lugar comum o uso da expressão em textos voltados para o mundo corporativo (colaborativo?).

O texto de Paulo aos Coríntios, citado no início, faz referência a uma parte do bordão dos mosqueteiros: um por todos. Jesus foi, literalmente, o Cristo (Messias, gr. Khristós, “Ungido”), aquele que foi escolhido por Deus para completar o seu plano de salvação da raça humana.

Deus, em sua infinita misericórdia, “não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou” (Rm 8:32). E isso não significa que o Filho tenha relutado, mas ele próprio “a si mesmo se deu em resgate por todos” (1 Tm 2:6); e ainda: “o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.” (Tt 2:14).

“O justo pelos injustos”. Essa é a expressão usada por Simão Pedro – aquele que outrora havia dito: “Senhor, retira-te de mim, que sou pecador” (Lc 5:8), e depois: “Senhor, tu me lavas os pés a mim? (…) Nunca me lavarás os pés. (…) Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça.” (Jo 13:6,8,9). – quando declara que “Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito.” (1 Pe 3:18).

Todos por um?

Na segunda parte do texto de Paulo aos Coríntios, temos: “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5:15). Veja que, num primeiro momento, ocorre o um por todos; depois, espera-se que todos (vivam) por um.

Ao mesmo tempo em que o um por todos faz referência ao ato salvador de Jesus por todos nós, o todos por um nos lembra da necessidade de todos estarmos aliançados, em nome dele. Infelizmente, em nossos dias, tem sido cada vez mais difícil perceber o todos por um. Ao que parece, é mais fácil tratar dos próprios interesses (ou aqueles da própria família). Aliás, nossas igrejas tem-se tornado pequenos feudos, em que cada feudo tem o seu próprio senhor, suseranos e vassalos.

Responda a si mesmo: quão difícil é cumprir (ou fazer cumprir) os textos abaixo?

“E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” (Ef 5:2)

“Que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com ele.” (1 Ts 5:10)

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” (1 Jo 3:16)

Todos os textos acima nos lembram do todos por um. Mas, é mais fácil o cada um por si. Enquanto a Palavra nos orienta a valorizar e promover o compartilhamento, estamos ocupados demais com o nosso feudo. Todos por um só se for em benefício próprio (em que o um sou eu mesmo).

Conclusão

A igreja é corpo (Rm 12:5). Sendo assim, é imprescindível promover a unidade desse corpo. Do contrário, o corpo estará dividido (1 Co 1:13). É hora de dar um basta no cada um por si e começar a levantar a bandeira do todos por um.
* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 23/06/2013.
Referências:
* Todas as referências bíblicas citadas foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net), versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA).
Principais fontes:

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