terça-feira, 1 de agosto de 2017

Bons Samaritanos ou Maus Cristãos?

Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. (Lc 10:33 NVI)

Sabemos que as parábolas de Jesus, contadas ao longo dos quatro evangelhos, são apenas alegorias, usadas pelo Mestre para repassar seus ensinamentos sobre o Reino aos discípulos e ouvintes em geral.

Na Parábola conhecida como “do Bom Samaritano”, o Senhor responde à provocação de um estudioso da Lei Mosaica, sobre como herdar a vida eterna. (Lc 10:25-37)

O maior mandamento

Certa ocasião, um perito na lei levantou-se para pôr Jesus à prova e lhe perguntou: Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? O que está escrito na Lei? Respondeu Jesus. Como você a lê? (Lc 10:25-26 NVI)

Veja que a pergunta formulada pelo estudioso (escriba) parece oriunda de uma pessoa realmente interessada em ouvir as verdades de Deus. Sem dúvida, foi aquilo que chamamos de “uma ótima pergunta”. A resposta do Mestre deveria estar à altura. Mas, repare que o Senhor se exime de respondê-la. Ao contrário, Jesus devolve o desafio, pedindo para o próprio intérprete da Lei fazê-lo:

Ele respondeu: Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento e ame o seu próximo como a si mesmo. (Lc 10:27 NVI)

Algumas pessoas, tentando justificar o fato de não aceitarem a Palavra de Deus, acabam por dizer que “a Bíblia é muito complexa”, que seus ensinamentos “não se destinam ao nosso tempo”, que “a Bíblia é retrógrada”, que “os mandamentos são impraticáveis”, que “o texto bíblico é preconceituoso, machista e xenofóbico”, etc.

Se é esse o problema, que tal entender todos os mandamentos de Deus resumidos em apenas dois: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo?

Quem é o meu próximo?

Essa foi a pergunta do insatisfeito estudioso da lei, quando ouviu Jesus dizer que este havia respondido corretamente e que deveria fazer o mesmo.

A partir da indagação, o Senhor passa a contar a parábola, que é protagonizada por um homem que fora assaltado e espancado, a caminho de Jericó. Na estória, o moribundo é visto por mais três personagens: um sacerdote, um levita e um samaritano, sendo que apenas o último se dispôs a ajudá-lo. Ao final do relato, Jesus questiona o estudioso:

Qual destes três você acha que foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes? Aquele que teve misericórdia dele, respondeu o perito na lei. Jesus lhe disse: Vá e faça o mesmo. (Lc 10:36-37 NVI)

Interessante é que o Mestre não pergunta: “de qual dos três o homem foi o próximo?”, mas “qual destes três… foi o próximo?”. A questão não é exatamente quem é o meu próximo, mas se eu sou o próximo de alguém.

Você é bom samaritano ou um mau cristão?

Aconteceu estar descendo pela mesma estrada um sacerdote. Quando viu o homem, passou pelo outro lado. E assim também um levita; quando chegou ao lugar e o viu, passou pelo outro lado. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, quando o viu, teve piedade dele. (Lc 10:31-33 NVI)

Fazendo uma aplicação para os nossos dias, quem seriam o sacerdote e o levita? E o samaritano?

Se a análise fosse com relação ao tempo de Jesus, poderíamos dizer que os sacerdotes e levitas representavam a nata do povo judeu, ou os indivíduos mais reputados. Quanto ao samaritano... bem, era um samaritano (uma espécie de “judeu meio-sangue”, ou “quase-judeu”, ou ainda “um estrangeiro querendo ser judeu”).

E nos nossos dias? Grosso modo, o levita e o sacerdote da parábola podem ser equiparados aos líderes religiosos mais piedosos; ao passo que o samaritano, digamos que seria um modelo de “não-crente” ou “não-religioso”.

Em outras palavras, Jesus estaria afirmando que o cuidado e a misericórdia vem de quem menos se espera; que os judeus/cristãos estão deixando a desejar nos aspectos mais elementares da fé, como o cuidado com os outros.

Conclusão

O que o Senhor espera de mim? Pergunte-se a si mesmo.

No final das contas, o importante não é “quem é o meu próximo”, mas “se eu sou o próximo de alguém”. Deus nos chamou também para cuidarmos uns dos outros. Essa é a linguagem do Reino: o amor.

E você? Qual caminho vai escolher?
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* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária – ICM, em 27/11/2016.
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