terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Amigo Verdadeiro


Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. (Ec 4:9-12)


Você já parou pra pensar o que é um amigo? Sobre quais os elementos que formam um grande amigo? Sobre quais as condicionantes para se tornar um verdadeiro amigo? E o que dizer de ser o “melhor amigo” de alguém? Poderia dizer quantas pessoas o consideram seu/sua melhor amigo/a? Onde encontrar verdadeiros amigos? Eles existem, ou se trata apenas de mais uma quimera? Quão fácil é ser amigo? Quão difícil é ter amigos?


Falou e disse![¹]


Você já deve ter ouvido algum, aliás, vários bordões sobre amigos e amizade. Talvez conheça algum dos que seguem:


"A amizade é a aceitação de cada um como realmente ele é." (Carl Rogers)


"Todos querem ter amigos, mas ninguém quer ser." (Denis Diderot)


"O amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo." (Martin Luther King)


"Não estarei destruindo meus inimigos quando os transformo em amigos?" (Abraham Lincoln)


"A única maneira de ter um amigo é sendo um." (Ralph Waldo Emerson)


"Viver sem amigos é como tentar tirar leite de um urso para o café da manhã. Dá muito trabalho e não vale à pena." (Zora Neale Hurston)


"É mais fácil perdoar nossos inimigos que nossos amigos." (William Blake)


"Nada aproxima tanto dois amigos um do outro quanto o fato de terem um inimigo comum." (Frankfort Moore)


"Se nos fosse dado o poder mágico de ler na mente uns dos outros, o primeiro efeito seria sem dúvida o fim de todas as amizades." (Bertrand Russell)


"A amizade é como dinheiro: mais fácil de conseguir do que de manter." (Samuel Butler)


"A amizade é um casamento entre almas, e esse casamento é sujeito ao divórcio." (Voltaire)


"A amizade mais profunda e dedicada pode ser ferida por uma pétala de rosa." (Nicolas Chamfort)


"Amigo é quem te socorre, não quem tem pena de ti." (Thomas Fuller)


"Amigo: alguém que sabe de tudo a teu respeito e gosta de ti assim mesmo." (Elbert Hubbard)


"Aquele que procura um amigo sem defeitos termina sem amigos." (Provérbio Turco)


"Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: conservar os velhos." (Elmer G. Letterman)


"Na prosperidade, nossos amigos nos conhecem; na adversidade, nós conhecemos nossos amigos." (John Churton Collins)


Curiosidade: Qual o livro da Bíblia que contém mais vezes as palavras amigo/amizade? (Provérbios – 17 vezes) E o segundo? (Jó – 14 vezes)


A Bíblia exalta a amizade


Os meus amigos e os meus companheiros estão ao longe da minha chaga; e os meus parentes se põem à distância. (Sl 38:11)


Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu tanto confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar. (Sl 41:9)


Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado; nem era o que me odiava que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido. Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo. Consultávamos juntos suavemente, e andávamos em companhia na casa de Deus. (Sl 53:12-14)


O pobre é odiado até pelo seu próximo, porém os amigos dos ricos são muitos. (Pv 14:20)


Aquele que encobre a transgressão busca a amizade, mas o que revolve o assunto separa os maiores amigos. (Pv 17:9)


Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão. (Pv 17:17)


O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão. (Pv 18:24)


As riquezas granjeiam muitos amigos, mas ao pobre, o seu próprio amigo o deixa. (Pv 19:4)


Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos. (Pv 27:6)


O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial. (Pv 27:9)


O que repreende o homem gozará depois mais amizade do que aquele que lisonjeia com a língua. (Pv 28:3)


JESUS, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de JESUS, e o prenderam. (Mt 26:50)


Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. (Jo 15:13)


Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. (Jo 15:14)


Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. (Jo 15:15)


E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. (Tg 2:23; cf. Is 41:8)


…não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. (Tg 4:4)


Qualidades de um verdadeiro amigo


Alguém já disse que “amigo é igual a parafuso: você só tem certeza que é bom mesmo na hora do aperto.” Como identificar se aqueles que nos cercam são, de fato, nossos amigos? Quais as características dos verdadeiros amigos? Vejamos pelo menos quatro delas, de acordo com o “Livro da Amizade”:


1) Amigo verdadeiro é aquele que valoriza o que você é, não o que você pode oferecer. (Pv 14:20; 19:4)


2) Amigo verdadeiro é aquele que sabe guardar segredo (Pv 11:13; 17:9)


3) Amigo verdadeiro é aquele que se revela nas horas mais difíceis, sem precisar de uma “boa ocasião” (Pv 17:17)


4) Amigo verdadeiro é aquele que fala o que eu preciso, não o que eu quero ouvir (Pv 27:6,9; 28:3)


Jesus: o amigo de verdade


Após conhecer as quatro características apresentadas, que nos ajudam a distinguir os verdadeiros amigos, talvez você chegue à conclusão de que, na realidade, não tem amigos de verdade.


O grande problema é que desejamos, além das características apresentadas, que nossos amigos sejam infalíveis. Se esse é o seu caso, desista! Mesmo os “amigos verdadeiros”, que você estava considerando quando ouvia sobre as características, em algum momento, pelo menos uma vez, vão decepcioná-lo. Mesmo aqueles “amigos incondicionais” vão abandoná-lo um dia. Até mesmo aqueles que você considera “mais chegados do que um irmão” vão acabar virando as costas para você.


Mas, nem tudo está perdido! Existe um que é “amigo de todas as horas”. Veja o que Ele diz:


“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (Jo 15:13-15)


Só Jesus reúne todas as características dos verdadeiros amigos, e não apenas as quatro apresentadas, além de ser infalível. Só Ele pode nos entender, conhecer todos os nossos dissabores e dilemas; todas as nossas fraquezas e inclinações. Só Ele pode dar as respostas que precisamos, a solução para nossas angústias, a cura para nossas moléstias, o alívio para nossas dores.


Conclusão


A amizade é um dom de Deus. Quando estamos unidos ao outro pelos laços da amizade, estamos tão somente reproduzindo a relação que Deus concebeu desde o princípio da criação, a mesma que deseja estabelecer com todos os homens.


A Bíblia nos conta sobre um homem que foi conhecido como “amigo de Deus”:


“E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.” (Tg 2:23; cf. Is 41:8)


Você também pode tornar-se amigo de Deus, a exemplo de Abraão. O primeiro passo é tornar-se servo de Seu Filho. A partir daí, Ele vai chamá-lo de amigo (Jo 15:15).

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[¹] http://pt.wikiquote.org/wiki/Amizade, acesso em 01/10/2009.


* Mensagem proferida em 04/10/2009, na Igreja de Cristo Missionária.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Nome de Jesus




"De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo JESUS, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de JESUS se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que JESUS Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai." (Fp 2:5-11)

O nome de Jesus, não resta nem sombra de dúvida, é um dos nomes mais populares em todo o mundo (Velho e Novo), ao longo dos dois últimos milênios. Paradoxalmente, assim como a dicotomia em torno da leitura da Bíblia, podemos asseverar que o nome 'Jesus' é o mais adorado e, ao mesmo tempo, o mais rejeitado (embora, não necessariamente odiado).

Do ponto de vista da religião, ele é figura presente naquelas consideradas maiores do mundo, dentre as quais: Cristianismo, Islamismo e Judaísmo. Isso, sem falar em um sem-número de grupos menores, que garantem agir e viver de acordo com os ensinamentos do Mestre, ou ainda inspirados em seu exemplo de vida. Ressaltem-se também os mais excêntricos, que acreditam ter Jesus sido um extraterrestre, um anjo, um lunático, um revolucionário, um devasso, um simples homem…

Adeptos ou não, cada vez mais pessoas se voltam para esse nome: artistas, músicos, cientistas, escritores (principalmente), gurus espirituais, profissionais de recursos humanos etc., visando tirar proveito do “efeito Jesus”. Afinal, está mais do que comprovado, tudo o que leva o nome Jesus, desperta interesse, seja dos apaixonados, seja dos curiosos, seja daqueles que buscam desacreditá-lo…

O NOME DE JESUS

É sabido que o nome Jesus, tem origem nos nomes Hebraicos “Yehoshua” (יְהוֹשׁוּעַ) e “Yeshua” (יֵשׁוּעַ), que significam “Javé é Salvação”. No Antigo Testamento, o nome “Yehoshua” foi adaptado (transliterado) para o português como Josué (Exemplos: o filho de Num e sucessor de Moisés; o sumo sacerdote no tempo dos profetas Ageu e Zacarias), sendo que a forma “Yeshua” é uma abreviação para “Yehoshua”. (2)

Além de Josué, as diversas traduções da Bíblia para o português apresentam ainda a forma Jesua, cujas palavras no original são as mesmas “Yehoshua” e “Yeshua”. Os termos hebraicos foram adaptados para o grego como “Iesus”, transliterado para o português como Jesus. Portanto, Jesus, Josué e Jesua têm o mesmo significado, apesar de representarem pessoas distintas no relato da Bíblia.

QUAL JESUS?

Nada obstante a grande popularidade do nome Jesus representar um forte aliado aos cristãos evangélicos na sua missão de divulgar o Evangelho ao mundo, é inevitável que também haja distorções quanto ao seu uso e significado.

O fato narrado no livro de Atos (19:13-17) sobre os filhos de um certo sacerdote judeu chamado Ceva apresenta um exemplo de como usar o nome de Jesus erroneamente. O relato de Lucas diz respeito à passagem de Paulo pela cidade de Éfeso, em sua terceira viagem missionária. Identificados como judeus “exorcistas ambulantes”, os homens tentaram expulsar demônios apenas mencionando o nome de Jesus, sem, no entanto, conhecê-lo.

Grande parte das filosofias orientais defende que, à semelhança dos filhos de Ceva, o simples uso do nome Jesus funciona como um mantra. No blog budista “Palavras de Osho”, encontramos uma amostra desse ponto de vista: “Se o nome de Jesus o toca, sente-se em silêncio e permita que o nome o toque. De vez em quando, diga silenciosamente 'Jesus' e espere. Isto se tornará um mantra. É como nasce um verdadeiro mantra.” (O nome de Jesus)(3).

Os adeptos do movimento Nova Era (ou New Age), esperam a vinda do novo Jesus, a quem chamam de Lord Maitreya, que bem sabemos ser o anti-Cristo.

Para os muçulmanos, Jesus foi um profeta, precursor daquele que viria a ser seu Grande Profeta Maomé.

As Testemunhas de Jeová defendem, por sua vez, que Jesus fora uma espécie de quase-Deus, ou um “deusinho”. Apegam-se ao texto de Cl 1:15, que faz referência a Jesus como “o primogênito de toda a criação”, postulando que Jesus foi o primeiro ser criado por Jeová.

CONCLUSÃO

O nome de Jesus, tal como proclamado por Paulo no texto-chave desta mensagem, é nome sublime do Senhor e Salvador do homem. Pode ser usado quando surgem as lutas, tristezas e dificuldades da vida; pode ser invocado por quem está sendo acometido de enfermidades, tribulações e perseguições. Entretanto, não se trata de um amuleto, de um mantra, de uma palavra mágica que abre todas as portas. Mas, é, sim, o segredo do sucesso para todo aquele que crê nesse nome como o do Filho do Deus Vivo!

Lembrando aquela conhecida canção do cantor J. Neto: “O nome é Jesus, o nome é Jesus”.
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Referências:
(1) Imagem disponível em: http://metanoia.spaceblog.com.br/105132/ONDE-ENCONTRAR-AMOS-JESUS/
(2) http://www.servosdejave.org.br/qual_o_verdadeiro_nome_de_jesus.htm
(3) http://www.palavrasdeosho.com/2009/08/o-nome-de-jesus.html

quinta-feira, 30 de julho de 2009

São apenas lentilhas...

O episódio narrado a partir do capítulo 25 do primeiro livro da Bíblia, acerca dos irmãos Jacó e Esaú, até os nossos dias, tem gerado acaloradas discussões, estudos e debates. Até mesmo um romance machadiano foi inspirado pela epopéia dos irmãos Jacó e Esaú.

Em “Esaú e Jacó”, Machado de Assis conta-nos a estória de Pedro e Paulo, irmãos gêmeos, cuja inimizade foi sempre evidente. Conforme vão crescendo, tornam-se cada vez mais diferentes e rivais em tudo. Paulo é impulsivo e arrebatado, enquanto Pedro é dissimulado e conservador. Quando chegam à vida adulta, ambos entram para o mundo da política, e é aí que se encontram as suas maiores divergências: Paulo é republicano e Pedro, monárquico. E isso tudo justamente em plena época de Proclamação da República, pano de fundo para a narrativa. A rivalidade entre os irmãos atingiu um nível tão elevado, que até mesmo a vida amorosa deles foi marcada por conflitos, na medida em que acabam gostando da mesma mulher, Flora, que para inflamar mais a situação não decide com qual deseja ficar. Nem mesmo a morte de Flora, diante de cujo túmulo juraram reconciliar-se, foi suficiente para a aproximação dos irmãos, o que só aconteceu junto ao leito de morte da mãe.

O direito de primogenitura

De acordo com o costume hebreu (que depois se tornou Lei em Israel), o direito de primogenitura do filho mais velho lhe conferia precedência sobre seus irmãos (Gn 43:33 – os irmãos de José) e lhe assegurava porção dobrada da herança paterna (Dt 21:15-17).

Em Gn 48:21-22, lemos que Jacó abençoa a José com uma porção bem maior que a de seus irmãos. Mas, qual a razão para a maior porção de terra ter sido dada a José e não a Rúben, se este último era o primogênito de Jacó? A resposta está em 1 Cr 5:1, uma vez que Rúben perdeu seu direito de primogenitura, devido à sua fornicação com Bila, concubina de seu pai (Gn 49:3-4; 35:22).

Como no exemplo da formicação de Rúben, o direito de primogenitura poderia ser perdido pela prática de algum pecado sério e podia ser negociado, como no caso de Jacó e Esaú. Para se ter uma idéia do quanto essa tradição era levada a sério, o acordo entre os dois irmãos fora solenemente confirmado com um juramento (25:33).

Além dos casos de Jacó/Esaú e José/Rúben, existem pelo menos mais dois exemplos de perda da primogenitura, seja pela atitude inadequada de quem detinha o direito, seja pela vontade e intervenção do próprio Deus: Isaque/Ismael e Efraim/Manasses (Gn 48:14).

Quanto vale sua primogenitura?

É comum ouvir dos outros o seguinte bordão: “Eu também sou filho de Deus”, ou ainda: “Todos somos filhos de Deus”. Não pretendo comprar essa briga. Assim sendo, vamos partir do pressuposto de que todos sejam filhos de Deus. Entretanto, aplicando o princípio de primogenitura, devemos concordar que uma parcela considerável desses “filhos” nem sequer acredita em Deus, ao passo que a minoria absoluta acredita (os primogênitos).

Esaú, que naturalmente era primogênito, resolveu em seu coração negociar sua primogenitura. O preço? Um cozinhado de lentilhas. E você? Qual tem sido o preço de sua condição de primogênito de Deus?

Talvez você esteja perguntando: mas o que seriam as “lentilhas”? Lentilha pode ser tudo aquilo que usamos como paliativo para fugir de Deus: pode ser um emprego, um cargo, uma amizade, um namoro, um momento de entretenimento ou prazer, uma telenovela, um livro. Como vemos, as lentilhas não deixam de ser um “prato cheio” (trocadilho proposital). Mas, será que o preço compensa?

O cantor Sérgio Lopes, em uma de suas canções, expressou muito bem isso: “Meu Deus, não vou trocar o teu amor por lentilhas que o mundo tem. Ainda que durassem toda vida, não me fariam bem. Não posso recusar o teu amor; contigo eu serei sempre vencedor. O que o mundo dá são armadilhas, são apenas lentilhas.” (“Lentilhas”, 2005)

Conclusão

Percebe-se, claramente, que a máxima do Senhor Jesus (Mc 8:34) está sendo invertida: “Se alguém não quiser ir até Ele, deve primeiramente fazer a sua própria vontade”. E isso inclui apossar-se de tantos pratos de lentilha quantos forem necessários.

Renúncia, portanto, continua sendo a palavra-chave para todo aquele que deseja seguir ao Senhor. O resto? São apenas lentilhas…

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Referências:

http://pt.shvoong.com/books/829483-esa%C3%BA-jac%C3%B3/

http://www.sergiolopes.com.br/discografia_lentilhas2005.html

terça-feira, 30 de junho de 2009

Campeões


“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Rm 8:37)


A definição do Aurélio para Campeão é: aquele que combatia no campo fechado, em honra ou defesa de outrem; defensor; paladino; vencedor.

Na história, seja da guerra ou do mundo dos esportes, encontramos inúmeros personagens que fazem jus ao estereótipo do campeão. Como exemplo, considerando-se que temos diversos expoentes nos esportes, temos: Gustavo Kuerten (que figurou como 1º primeiro do mundo por vários anos), a Seleção Brasileira de Futebol (que já acumula 5 títulos mundiais) e de Voleibol, os pilotos de Fórmula 1 Nelson Piquet e Airton Senna, Hugo Hoyama (Tênis de Mesa), Torbem e Lars Grael (os maiores nomes do Iatismo mundial), Acelino Popó Freitas (boxe), Gustavo Borges e Fernando Sherer (campeões mundiais e olímpicos na natação) e muitos outros.

COMO SE FORMAM OS CAMPEÕES

No esporte, na guerra ou na vida espiritual, muitos acreditam que os campeões já nascem prontos. Alguns defendem até mesmo que haja um gene responsável pela boa performance de determinados indivíduos, que estariam predispostos a serem vencedores, ou mesmo que possuem certos atributos que os diferenciam dos demais mortais.

Augusto Cury, psiquiatra, psicoterapeuta, escritor e cientista evangélico, autor de diversos livros com enfoque motivacional, escreveu em “Você é Insubstituível”: “Um dia você participou do maior concurso do mundo...Mais de 40 milhões de concorrentes. A palavra desistir não fazia parte do seu dicionário genético... Se perdesse a corrida, perderia o maior prêmio da história: A VIDA... Era a corrida do espermatozóide para fecundar o óvulo. A corrida para formar uma vida... É INCRÍVEL, MAS VOCÊ VENCEU!”. No mesmo livro, Cury defende que todos nós “já nascemos vencedores”.

Na ficção, é ainda mais evidente tal pensamento. Em 1973, Stan Lee criou a HQ dos “X-Men”, seres que passaram por mutação genética e que possuem poderes especiais. X-Men foi mais um sucesso das HQ que se tornou em sucesso também no cinema (2000: “X-Men, o Filme”, 2003: “X-Men 2” e 2006: “X-Men: O confronto final”). Mais recentemente, em 2006, foi lançado o seriado “Heroes”, em que um grupo de pessoas comuns descobre que têm poderes especiais. Na TV, a novela Caminhos do Coração, da Rede Record, apresenta um enredo semelhante ao dos X-Men, cujos personagens são mutantes. Curiosamente, em 06/02/2008, essa novela conseguiu um feito histórico: foi a primeira telenovela da Record a liderar a média geral no Ibope, ficando à frente da Rede Globo.

Agora, voltando à realidade, a experiência mostra que não existe um gene responsável pelas vitórias, que ninguém nasce campeão ou predisposto a ser um vencedor, em detrimento dos demais mortais comuns.

No capítulo 11 de Hebreus, lemos sobre vários personagens da história bíblica considerados como prodígios, não pelo fato de terem nascido com atributos especiais, mas porque, durante sua vida, fizeram verdadeiras proezas, tomaram decisões especiais, em função de sua comunhão com o verdadeiro Deus. “Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões…” (Hb 11:33).

O apóstolo Paulo deixou-nos uma máxima que é o máximo: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Rm 8:37) Contrariamente, vemos muitos crentes que são “mais do que perdedores”, porque não crêem em seus sonhos, tampouco naquele que pode fazê-los verdade. Os filhos de Coré estavam convictos disso, quando disseram: “Por ti venceremos os nossos inimigos; pelo teu nome pisaremos os que se levantam contra nós.” (Sl 44:5)

Outra característica dos grandes campeões de Deus é a certeza da vitória, antes mesmo de guerrear. Quanto a isso, o apóstolo João nos dá o caminho. No texto de 1 Jo 2:13 e 14, ele usa o verbo no pretérito (“vencestes”) ou o particípio (“tens vencido”).

CONCLUSÃO:

Somente aos vencedores/campeões:
1. Comerão da árvore da vida (Ap 2:7);
2. Não receberão a segunda morte (Ap 2:11);
3. Comerão do maná escondido (Ap 2:17);
4. Terão poder sobre as nações (Ap 2:26);
5. Serão vestidos com vestes brancas (Ap 3:5);
6. Não terão seus nomes riscados do livro da vida (Ap 3:5);
7. Jesus confessará o nome deles diante do Pai e dos anjos (Ap 3:5);
8. Serão feitos colunas no templo de Deus (Ap 3:12);
9. Terão escritos sobre si o nome de Deus (Ap 3:12);
10. Assentar-se-ão com o Senhor no trono (Ap 3:21)


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Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária, em 25/05/2008.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Eu Sou Radical!

O Radicalismo, do ponto de vista político e filosófico, pode ser definido como uma doutrina reformista que defende o uso das ações extremas visando à transformação completa e imediata da sociedade. Tal conceito teve origem entre o final do século XVIII e início do século XIX, durante da Revolução Francesa[1].

Por causa dessa definição, um sem-número de indivíduos tem declarado publicamente sua aversão a tudo o que implique radicalismo, que seja relativo a radical, extremo, entendendo ser sinônimo de absurdo e, portanto, inaceitável.

Mas, vamos à raiz da questão: De acordo com o Oxford English Dictionary, o termo radical tem origem na palavra latina “radix” (raiz)[2]. Portanto, etimologicamente falando, dizer que alguém é radical implica que essa pessoa está ligada à raiz, aos fundamentos, aos princípios. Radical é aquilo que está ligado à raiz ou que é relativo à raiz[3].

Jesus, um pregador radical

O evento narrado pelo evangelista João (2:13-17) – no qual, após a entrada de Jesus em Jerusalém, no período que antecedia a festa da Páscoa, o Mestre expulsou os cambistas que comerciavam no templo e pôs para fora os animais que ali se encontravam – pode ser considerado como exemplo de atitude radical. Há quem considere (os agnósticos, por exemplo) até mesmo um ato de fraqueza de Jesus. Outros afirmam, categoricamente, que o Cristo teria se excedido, chicoteando os cambistas que estavam no âmbito do templo. Ora, não lemos em nenhum momento que Jesus teria surrado os presentes, mas derribado suas mesas, afugentado seus animais e espalhado seu dinheiro. Se tivesse feito assim, não seria o Filho de Deus.

Outros defendem que o Senhor teria pecado pelo simples fato de ter-se irado. Agora responda: ira é pecado? Antes de responder, leia Gl 5:20 e Ef 4:26. No primeiro texto, encontramos a ira como sendo uma das obras da carne e, portanto, uma modalidade de pecado. No segundo, Paulo é enfático: “irai-vos e não pequeis”. O profeta Naum vai mais além, ao dizer que “o Senhor é vingador e cheio de ira” (1:2). Por conseguinte, não podemos classificar qualquer ira em pecado.

Sou radical! E daí?

Na parábola do semeador (Mt 13:3-8), Jesus fala que uma parte da semente caiu em solo rochoso e logo nasceu, mas secou com a mesma rapidez quando veio o sol, “porque não tinha raiz” (13:6). O cristão precisa ser radical; precisa estar ligado às suas raízes, aos princípios da fé, senão, fatalmente, irá “secar”. Não podemos ficar temerosos de assumir uma posição extremamente (ou radicalmente) ortodoxa, se isso soar um tanto atrasado para os outros. Isso não significa que você deve sair espancando pessoas que não professam a mesma fé, tampouco provocando briga com tais pessoas, como fazem os cristãos da Irlanda do Norte.

Ser radical continua sendo, como no princípio, condenar o pecado, protestar contra as injustiças, detestar o mal.

Conclusão: superficial ou radical

Atualmente, a grande questão não é ser cristão, mas decidir se vai assumir uma posição de cristão radical ou superficial. Estranhamente, a primeira situação é muito incômoda, tanto para o cristão quanto para os outros. Daí porque muitos a evitam.

E você, já decidiu o que vai escolher? Vai assumir sua posição de crente radical ou vai continuar vivendo na superficialidade?

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* Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 26/04/2009.

Referências:
[1] Wikipédia. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Radicalismo [acessado em 24/04/2009].
[2] “Stephen Jay Gould – O que significa ser radical?” (Richard C. Lewontin e Richard Levins). Disponível em: http://resistir.info/mreview/stephen_jay_gould.html. [acessado em 24/04/2009].
[3] "radical", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2009, http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx?pal=radical [acessado em 26/04/2009].

segunda-feira, 30 de março de 2009

versus o "politicamente correto"


Introdão

O politicamente correto (em alguns casos, chamado de “política de boa vizinhança”) consiste em tornar a linguagem neutra, evitando-se assim uma atitude discriminatória e ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, como a linguagem e o imaginário racista ou sexista.

Defensores do "politicamente correto" têm como objetivo tornar a linguagem mais neutra e menos preconceituosa. Em diversas áreas é típica a utilização de termos masculinos para situações que se aplicam tanto a homens como mulheres. Um exemplo do politicamente correto é a substituição do comum "Tribunal Europeu dos Direitos do Homem" pela frase neutra em termos de gênero de "Tribunal Europeu dos Direitos Humanos". O conceito filosófico do politicamente correto é que ao evitar a utilização destes termos discriminatórios estaremos a trabalhar para uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

O politicamente correto tem sido uma questão estudada nos Estados Unidos desde a década de 1970, mas apenas começou a ser discutido na Europa na década de 1980. Muitas pessoas, eventualmente, igualmente opostas aos preconceitos, incomodam-se pelo surgimento de um conjunto monolítico de atitudes consideradas como corretas que são muitas vezes impostas de um modo inflexível e sem humor.[1]

Por que dizer que o politicamente correto é incompatível com a fé cristã?

Politicamente correto também tem a ver com assumir um comportamento ético. Todos devem concordar que a atitude da igreja tem de estar pautada na ética. Apesar disso, é extremamente necessário distinguir o comportamento ético da igreja de uma posição “politicamente correta”.

1) Há um só Deus – Não é politicamente correto declarar que “só o Senhor é Deus!”. A igreja teria de concordar/aceitar os outros “deuses” pagãos, ou seja, ídolos. E aí, vai encarar?

2) Só Jesus salva ­– Baseados em Jo 14:6 e 1 Tm 2:5, os cristãos concordam que Jesus é o único caminho. Mas isso quebra todos os protocolos do politicamente correto, na medida em que vai de encontro à máxima que diz: “todos os caminhos levam a Deus”.

3) A Bíblia é a palavra de Deus – Para aderir ao politicamente correto, a igreja cristã tem de esquecer essa idéia! Por que não aceitar também o Alcorão, o Livro de Mórmon, o Talmude, os Vedas (dos hindus)?

4) A igreja é a noiva – O Senhor Jesus deixou dito que viria buscar a sua noiva (Jo 14:2-3; Ap 19:7-9; Ap 21:2). Mas, dizer que a “noiva” é a igreja cristã soa um tanto preconceituosamente demais, além de revelar um alto grau de presunção. Isso significa que os outros movimentos também querem “um lugar ao sol”, o que inclui até mesmo movimentos ultra-contrários aos cristãos.

5) Deus fez somente homem e mulher – Os que assim pensam, estão embasados em Gn 1:27 e Mt 19:4. Entretanto, quando a igreja faz uso desse discurso, acaba por menosprezar a ala dos que defendem a livre opção sexual. Para eles, o conservadorismo da igreja nesse sentido é um atraso e deve ser abolido. Daí porque já existem várias igrejas e pastores que defendem a união de pessoas do mesmo sexo.

Conclusão

Estamos na era da globalização; na era do pluralismo; do relativismo; da multi-polaridade de conceitos. Apesar de tudo isso, a igreja não pode, simplesmente, abrandar seu discurso, em prol de angariar uma imagem “mais humana”, em favor do politicamente correto. Uma das características inseparáveis da igreja é andar na contramão do mundo. E isso não pode ser mudado, tendo como parâmetro as tendências da ocasião.

Lembre-se: “eles estão no mundo, mas não são do mundo.” (Jo 17:11, 12, 14)

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[1] Wikipédia - http://pt.wikipedia.org, acesso em 29/03/2009.

* Mensagem proferida na Igreja de Cristo Missionária, em 29/03/2009.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Deuses descartáveis



Dizemos que alguma coisa é descartável quando é possível usá-la para em seguida lançarmos fora. Por que descartamos? Em geral, descartamos algo quando não nos é mais interessante, quando já estamos saturados, quando não nos serve mais, quando já não tem mais valor, quando já passou da data de validade, ou seja, quando está imprópria para uso. Normalmente, só nos desfazemos de algo quando já usamos, ou quando já fomos beneficiados por este algo.
Os chamados materiais descartáveis surgiram com o fim de tornarem mais fácil a vida do homem, na medida em que trazem certa comodidade. As garrafas PET ­– Poli Tereftalato de Etila, um poliéster, polímero termoplástico ou plástico, desenvolvido por dois químicos britânicos Whinfield e Dickson em 1941, formado pela reação entre o ácido tereftálico e o etileno glicol, formando um poliéster, utilizado principalmente na forma de fibras para tecelagem e de embalagens para bebidas – por exemplo, que passaram a ser fabricadas na década de 70, foram uma solução para o inconveniente de sempre precisar levar uma ou mais garrafas ao supermercado na intenção de comprar refrigerante, por tratar-se de garrafas “não-retornáveis”. Dez anos depois ficou comprovado que a produção e distribuição das garrafas estava trazendo sérios impactos ao meio ambiente, ao que alguns países como EUA e Canadá passaram a coletar as embalagens para reciclá-las.

A fé descartável baseada em deuses descartáveis

A fé, conforme o texto de Hb 11:1, é definida como “a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que se não vêem”. Para muitas pessoas, a fé é uma saída, um subterfúgio aos problemas, aos desafios da vida, às dificuldades que se apresentam. Quando o indivíduo se encontra em situações-limite, apela para a fé, com o fim de obter resposta a tais situações. Nesse contexto, surgem os chamados “objetos de adoração”, definidos simplesmente como o alvo de determinada crença ou religião.
O que se observa, porém, é que a grande parcela desse contingente ávido por “alcançar uma graça” utiliza a fé apenas como um recurso descartável, uma vez que a utilizam apenas naquele momento, com o fim de serem agraciadas, mas que em seguida a descartam, assim como você faz com o copinho que acabou de beber água.
Ainda em Hebreus, 11:6, lemos que “sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que se torna galardoador dos que o buscam”. Para muitas pessoas ­– crentes ou não – Deus também se torna descartável, na medida em que o buscam apenas quando estão necessitados de alguma bênção, esquecendo-se dele em seguida, para depois o buscarem de novo ao surgir outra necessidade, e assim por diante, tornando-se um ciclo interminável de busca-bênção-desprezo, da mesma forma que acontecia no período dos juízes:

“E levantou o SENHOR juízes, que os livraram da mão dos que os despojaram. Porém tampouco ouviram aos juízes, antes prostituíram-se após outros deuses, e adoraram a eles; depressa se desviaram do caminho, por onde andaram seus pais, obedecendo os mandamentos do SENHOR; mas eles assim não fizeram. E, quando o SENHOR lhes levantava juízes, o SENHOR era com o juiz, e os livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porquanto o SENHOR se compadecia deles pelo seu gemido, por causa dos que os oprimiam e afligiam. Porém sucedia que, falecendo o juiz, reincidiam e se corrompiam mais do que seus pais, andando após outros deuses, servindo-os, e adorando-os; nada deixavam das suas obras, nem do seu obstinado caminho.” (Jz 2:16-19)

Alianças descartáveis, não!

Deus está convocando pessoas dispostas a fazer alianças duradouras, a despeito daqueles que só buscam alianças descartáveis. Deus chama pessoas que desejam um compromisso verdadeiro; pessoas que não estão interessadas apenas em bênçãos, mas, primeiramente, no abençoador; pessoas que não são levadas por vontades momentâneas, mas por um desejo perene de ver a glória de Deus, de desfrutar de sua presença constante. As bênçãos? Serão apenas conseqüência.

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Mensagem proferida em 25/03/2007, na Igreja de Cristo Missionária.
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