quinta-feira, 31 de julho de 2014

O Deus de Sonhos


Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro. [Jr 29:11 NVI]

Um pastor conhecido publicou um livro intitulado “Sonha e ganharás o mundo”1. Por sua vez, os críticos completaram: “… mas perderás a tua alma”2, parafraseando o texto de Mt 16:26. Testemunhos e opiniões à parte, não podemos asseverar que o simples sonhar com algo seja suficiente para conquistar o que almejamos. Outro ponto diz respeito ao sentido empregado para a expressão “ganhar o mundo” pelo autor do livro. Ao que parece, ele se refere a “ganhar vidas, almas para o Reino de Deus”, e nesse particular, do ponto de vista apologético, não há problema algum, nada obstante a hipérbole contida na frase. E, como é sabido, “ganhar o mundo” na parábola contada por Jesus denota o acúmulo desenfreado de riquezas terrenas e a avareza.

Em seu memorável discurso conhecido popularmente como “Eu tenho um sonho” (“I have a dream”, no original), o ativista e pastor americano Martin Luther King, em 28 de agosto de 1963, nos degraus do Lincoln Memorial, em Washington D.C., falou da necessidade de união e coexistência harmoniosa entre brancos e negros no futuro. No discurso, ele declara: “Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.”

Mas, afinal, o que são sonhos? Obviamente, não podemos confundir com aquele “conjunto de ideias e de imagens que se apresentam ao espírito durante o sono”3. Os sonhos objetos dessa reflexão são ideias fixas, expectativas, propósitos, anelos, desejos veementes, aspirações.4

Sonho ou Fantasia?

Não se pode esquecer que os mesmos dicionários que apresentam os dois significados acima também definem sonhos como: fantasia, devaneio, ilusão. E a linha que divide nossos sonhos de meros devaneios é muito tênue.

Nossos desejos, ainda que pareçam difíceis, podem ser factíveis. Mas, no momento em que perdemos a visão, passam a ser apenas quimeras. Muitos sonhos deixam de ser possíveis, a partir do momento em que deixamos de acreditar neles. Portanto, a diferença entre o sonho e a fantasia é a fé (Hb 11:1).

Sonhar é preciso

Tem muita gente desistindo dos seus sonhos, ou porque deixou de acreditar (“Os meus dias passaram, e se malograram os meus propósitos, as aspirações do meu coração.” Jó 17:11), ou porque se deixou levar pelos que chamo “assassinos de sonhos”. A importância dos sonhos reside no fato de que eles servem de combustível para a vida, para continuar a jornada.

Davi teve um sonho lindo: ele queria construir um templo digno da grandeza e soberania do Deus Todo-Poderoso (2 Sm 7:1-17; 1 Rs 8:17; 1 Cr 28:2). Apesar de que esse sonho só foi concretizado por seu filho e sucessor, o Senhor disse-lhe: “Você fez bem em ter no coração o plano de construir um templo em honra ao meu nome” (1 Rs 8:18 – NVI).

O Senhor se compraz nos sonhos, pois diz em sua Palavra: “Tu, Senhor, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia” (Is 26:3 – NVI). Por “propósito firme” entenda que o texto se refere aos desejos, intentos do coração, sonhos.

Sonhar é preciso. Sonhar é viver. Pare de sonhar, e, gradativamente, a vida deixará de ter sentido. Você talvez não veja o seu sonho ser realizado, mas seus descendentes o verão.

Sonhar e compartilhar?

Se você sonha, muito provavelmente já se deparou com algum “assassino de sonhos”. Eles são, normalmente, identificados como amigos, colegas de trabalho, parentes, e muitas vezes são até irmãos na fé. Num primeiro momento, quando ficam conhecedores do seu sonho, eles podem demonstrar partilharem do mesmo propósito. Mas, logo revelam a verdadeira face.


Foi o que aconteceu com Zorobabel, Jesua e os chefes das famílias de Judá e Benjamin, no período em que o rei persa Ciro decretou que os Judeus exilados poderiam voltar à sua terra para reconstruírem o templo do Senhor (Ed 4:1-24). No momento em que esses homens estavam reconstruindo o templo, os inimigos de Judá se incomodaram e foram oferecer (pseudo)ajuda. Como a ajuda não foi aceita, os tais opositores fizeram tudo o que estava ao alcance deles para impedir a construção, o que de fato aconteceu, durante o reinado de Artaxerxes, ficando a obra parada até o segundo ano do reinado de Dario (Ed 4:24).

Se você já passou por isso alguma vez, saiba que não é o único. Por isso mesmo, precisa ter muito cuidado com quem você resolve compartilhar seus sonhos. Os assassinos de sonhos podem perfeitamente passar-se por amigos para roubar-lhe os seus sonhos; quando não conseguem, eles tentam de todas as formas destruí-los.

Conclusão

O Senhor é o Deus de sonhos! Diferentemente dos ladrões de sonhos, ele pode fazer com que seus sonhos se tornem verdade. Por isso:

"Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos." (Pv 16:3 NVI) 

Deus diz ainda:

"Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro." (Ez 29:11 NVI)

* Todas as referências bíblicas citadas foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net), versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA), excetuando-se aquelas cuja tradução for citada, como a Nova Versão Internacional (NVI) ou Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).
* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 19/01/2014.
Notas e referências:
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