quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Resiliência


Lc 6:27-36

Resiliência? O que é isso mesmo? Isso tá na Bíblia?

É sério que você ainda não foi apresentado a essa palavrinha, que tem sido tão propalada ultimamente? Pois bem. Então vamos começar definindo.

Primeiramente, o termo tem origem na Física, e indica a propriedade de um corpo de recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação (Priberam). Popularmente, é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, algum tipo de evento traumático, etc. - sem entrar em surto psicológico, emocional ou físico, por encontrar soluções estratégicas para enfrentar e superar as adversidades (Wikipédia).

Em geral, somos resilientes quando adquirimos uma certa imunidade contra determinadas coisas, situações ou circunstâncias. Um exemplo é a pessoa que se acostuma a comer, digamos, pimenta in natura: o que, para alguns pode parecer uma tortura, para essa pessoa seria como comer uma saborosa fruta.

Outro exemplo, dessa vez do mundo animal, são aquelas criaturas que se alimentam de outros animais peçonhentos, como é o caso do Texugo do Mel ou Ratel, conhecido como o animal mais destemido da savana africana, por enfrentar até mesmo leões e se alimentar de cobras e escorpiões. Ao que parece, o ratel desenvolveu uma imunidade ao veneno dessas criaturas.

A resiliência no trabalho

Como vimos, o conceito de resiliência vem da Física. Mas, é no ambiente corporativo que o termo vem ganhando mais visibilidade.

Trabalho sob pressão, exigência por produtividade máxima, troca de chefia, competição, oposição de colegas, mudança repentina de função… Essas e outras situações aumentam a tensão e o estresse no trabalho.

De acordo com especialistas, atitudes como o autoconhecimento, o controle das emoções, a positividade, a flexibilidade e a empatia são qualidades daqueles que desenvolveram a resiliência no trabalho, sendo, portanto, o caminho para aqueles que a almejam.

Resiliência e vida cristã: tudo a ver?

Se você já compreendeu o conceito de resiliência, vai concordar que o Evangelho está permeado de princípios que são próprios da resiliência. Tem dúvida? Então releia o texto introdutório (Lc 6:27-36):

  • “Amem os seus inimigos”, “façam o bem aos que os odeiam” (27)
  • “abençoem os que os amaldiçoam”, “orem por aqueles que os maltratam” (28)
  • “Se alguém bater em você numa face, ofereça-lhe também a outra”, “Se alguém tirar de você a capa, não o impeça de tirar a túnica” (29)
  • “Dê a todo aquele que pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva” (30)
  • “Como vocês querem que os outros lhes façam, façam vocês também a eles” (31)
  • “Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta” (35)
  • “Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso” (36)


Veja que apenas nesse pequeno trecho da fala do Mestre, encontramos pelo menos dez recomendações de atitudes resilientes.

Quer mais um exemplo? Que tal conferir a jornada do nosso irmão Paulo? Poucos cristãos experimentaram tantas oposições e agruras como aquelas vivenciadas pelo nosso missionário (2 Co 11:23-33):

“São eles servos de Cristo? - estou fora de mim para falar desta forma - eu ainda mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez.
“Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro? Se devo orgulhar-me, que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza. O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é bendito para sempre, sabe que não estou mentindo. Em Damasco, o governador nomeado pelo rei Aretas mandou que se vigiasse a cidade para me prender. Mas de uma janela na muralha fui baixado numa cesta e escapei das mãos dele.”

A resiliência é a marca dos fieis (Hb 11:32-40)

Todos conhecem o chamado capítulo da fé, encontrado na carta aos Hebreus. Além de citar personagens renomados como Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José e Moisés, o texto encerra com um apanhado geral de outros heróis da fé, homens e mulheres que tiveram feitos memoráveis, diante de situações adversas, demonstrando um alto grau de resiliência.

A resiliência é uma das marcas do verdadeiro cristão, que sofre todo tipo de oposição, que atravessa os mais diversos revezes da vida, que supera as mais dolorosas tribulações, as mais duras críticas, calúnias, acusações…

Desenvolva a resiliência. Assim, você estará mais próximo de ser um verdadeiro cristão.
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* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária – ICM, em 22/10/2017.
* Referências:


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