sábado, 31 de maio de 2014

O que queres que te faça?



Jesus parou e ordenou que o homem lhe fosse trazido. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou-lhe:  “O que você quer que eu lhe faça?” “Senhor, eu quero ver”, respondeu ele. [Lc 18:40-41 - NVI]

Quem não se lembra daquele conhecido conto intitulado Aladim e a lâmpada maravilhosa? Desde crianças, ouvimos a estória da lendária lâmpada mágica que, quando esfregada, sai um gênio do seu interior e concede a realização de qualquer desejo. O conto é de origem árabe e faz parte da coletânea As mil e uma noites, sendo um dos mais famosos. O personagem principal é o jovem Aladim, que se depara com um mago, interessado em uma misteriosa lâmpada, que estaria escondida em uma espécie de caverna ou gruta. O mago pede para Aladim entrar na caverna e pegar a lâmpada, e em troca lhe oferece uma fortuna. Ao encontrar a lâmpada e descobrir que o mago estava tentando enganá-lo, Aladim acaba ficando preso na caverna. Ao começar a esfregar acidentalmente a lâmpada, Aladim vê sair de seu interior um gênio, que se dizia capaz de realizar todos os desejos de Aladim. Um dos desejos de Aladim foi se tornar um príncipe e casar-se com a princesa, filha do sultão, o que lhe foi concedido, fazendo-o tornar-se príncipe e governador de seu reino.


Qual é o seu desejo?


Fantasias à parte, poucas pessoas tiveram o privilégio de ouvir essa pergunta vinda do próprio Deus. Uma delas foi o homem identificado como o mais sábio de todos os tempos:


“Em Gibeão, apareceu o SENHOR a Salomão, de noite, em sonhos. Disse-lhe Deus: Pede-me o que queres que eu te dê.” (1 Rs 3:5)


A resposta nós já sabemos. Salomão poderia ter pedido o que quisesse: riquezas, fama, reinos, mulheres… Veja que tudo isso ele alcançou, mas após tornar-se o homem mais sábio da face da Terra:


“Respondeu Salomão: De grande benevolência usaste para com teu servo Davi, meu pai, porque ele andou contigo em fidelidade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a tua face; mantiveste-lhe esta grande benevolência e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como hoje se vê. Agora, pois, ó SENHOR, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me. Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, tão numeroso, que se não pode contar. Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo?” (1 Rs 3:6-9)


Situação parecida encontramos no episódio entre Elias e Eliseu, momento antes de o primeiro ter sido transladado. Eliseu, por sua vez, não pestanejou:


“Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito.” (2 Rs 2:9)


No pedido de Eliseu, “porção dobrada” não significa necessariamente que este receberia o dobro da unção do profeta Elias, mas quer dizer, literalmente, que Eliseu gostaria de receber a chamada bênção de primogenitura; em outras palavras, que ele se tornasse o herdeiro legítimo do ministério profético de Elias.


O rei Davi também passou por uma situação que o Senhor o colocou, na qual deveria optar por uma dentre três alternativas, nem uma delas, diga-se, exatamente agradável, pois seria a consequência de seu erro:


“Veio, pois, Gade a Davi e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Escolhe o que queres: ou três anos de fome, ou que por três meses sejas consumido diante dos teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que por três dias a espada do SENHOR, isto é, a peste na terra, e o Anjo do SENHOR causem destruição em todos os territórios de Israel; vê, pois, agora, que resposta hei de dar ao que me enviou.” (1 Cr 21:11-12)


De acordo com a sequencia do texto, a escolha de Davi (cair nas mãos do Senhor, a terceira opção) levou em consideração o fato de o seu Deus ser misericordioso. Apesar de presenciar a morte de setenta mil israelitas, pela peste enviada pelo Senhor, a escolha de Davi mostrou-se acertada, na medida em que o Deus misericordioso não permitiu que o anjo destruísse a cidade de Jerusalém (1 Cr 21:15).


Com isso aprendemos outra verdade: as consequências de nossos erros, cedo ou tarde, poderão atingir a outras pessoas.


Que seja feita a sua vontade


Seguramente, o Deus Todo-Poderoso não pode ser comparado ao fictício gênio da lâmpada de Aladim. Mas, o Senhor Jesus, certa vez, declarou a mesma frase a uma mulher apenas identificada como “cananéia”, no episódio narrado pelo evangelista Mateus (15:21-28). De acordo com o texto, Jesus estava sendo seguido pela mulher, que clamava: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito” (v.22 – NVI). Num primeiro momento, o Senhor não deu atenção. Após a intervenção dos discípulos, respondeu que ele havia sido enviado “às ovelhas perdidas de Israel”. Como a mulher foi insistente, Jesus fez-lhe a seguinte declaração: “Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (v.26 – NVI).


Lendo friamente essa afirmação do Mestre, poderíamos dizer que ele havia sido duro demais com aquela mulher. Mas veja que a intenção do Senhor é de aguçar a sua fé. E foi o que ele conseguiu. Observe que a mulher responde-lhe à mesma altura: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (v.27 – NVI). Em outras palavras, a estrangeira estava dizendo a Jesus que ele não precisava deixar de alimentar os filhos para dar de comer aos estrangeiros (cachorrinhos), mas que só as migalhas já eram suficientes. Foi nesse momento que o Senhor respondeu: “Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja” (v.28 – NVI). Como resultado, a filha dela ficou curada na mesma hora.


O que queres que eu te faça?


Essa foi a pergunta que o cego Bartimeu ouviu de Jesus (Lc 18:41). Você deve concordar que parece uma pergunta inócua ou, no mínimo, retórica, já que Jesus sabia que se tratava de um cego. A resposta do cego, portanto, não poderia ser outra: “Senhor, eu quero ver” (v.41 – NVI).


A questão aqui é que Jesus gostaria de ouvir da boca do próprio Bartimeu. Quantos de nós estamos aguardando algum benefício de Deus, sem falar nada, achando que ele já sabe o que queremos (Mt 6:8)? Veja que Jesus não disse para não falarmos a Deus o que queremos. Disse, sim, que “antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam” (NTLH). Portanto, apesar de saber o que queremos e do que precisamos, o Senhor quer ouvir de nossa boca. Afinal, foi o próprio Jesus quem disse: “Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês.” (Mt 7:7 – NTLH)


Conclusão


E você, o que deseja que o Senhor faça por você? Então peça, sem vacilar, sem duvidar; peça como a mulher cananéia, como o cego Bartimeu. Apesar de o Senhor saber o que eles queriam, a forma como pediram fez toda a diferença.


Lembre-se que a forma como pedirmos será determinante para recebermos ou não a bênção que buscamos de Deus:

“Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tg 4:2,3)




Referências: 
* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 03/11/2013.
* Todas as referências bíblicas citadas foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net), versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA), excetuando-se aquelas cuja tradução for citada, como a Nova Versão Internacional (NVI) ou Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).
 
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