sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Uma nova chance



Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: Se você compreendesse neste dia, sim, você também, o que traz a paz! Mas agora isso está oculto aos seus olhos. Virão dias em que os seus inimigos construirão trincheiras contra você, a rodearão e a cercarão de todos os lados. Também a lançarão por terra, você e os seus filhos. Não deixarão pedra sobre pedra, porque você não reconheceu a oportunidade que Deus lhe concedeu. [Lc 19:41-44 - NVI]


Por vezes, deparamo-nos com determinadas situações que exigem uma decisão drástica. Desafortunadamente, nem sempre optamos pela opção correta ou ideal. Nesse caso, escolhemos aquela que parecia a mais fácil, ou então a mais adequada naquele momento, ou ainda a que pudemos classificar como a mais “politicamente correta”. Em suma, muitas de nossas escolhas partem do princípio da conveniência, nem sempre a nossa própria, mas a dos outros, a do local em que estamos, a do momento.


Todos sabemos a sensação ao nos darmos conta de que a escolha foi errada. Os sentimentos podem ser os mais diversos: culpa, arrependimento, precipitação, repulsa… No meio desse turbilhão de sentimentos, é comum desejarmos voltar atrás, voltar no tempo, começar tudo de novo. Mas, na maioria das vezes, isso não é possível. Só nos resta suportar as consequências.


A chance da minha vida!


E você, já se deparou com uma oportunidade que identificou como a chance da sua vida? Pois é, no texto que inicia esta mensagem, Jesus está entrando na cidade de Jerusalém. Ao comtemplar seus muros e seus prédios, o Senhor chora. Chora porque sabe o que acontecerá ali; chora porque sabe o que os principais sacerdotes estão prestes a fazer; chora porque sabe qual será a atitude do povo, no momento crucial (termo bem apropriado), quando será apresentado pelo procurador romano; chora porque sabe o que acontecerá àqueles muros, àqueles prédios, ao templo. Ao chorar, Jesus lança uma palavra que, aparentemente, se o povo ouviu, não compreendeu: “virão dias em que teus inimigos te cercarão de trincheiras (…) e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra”. Isso tudo aconteceria porque Jerusalém não aproveitou a chance da sua vida: “porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação”.


É sabido que as palavras de Jesus, nesse trecho, são na verdade uma profecia do que aconteceria cerca de 40 anos depois. No ano 70 A.D., como desfecho da chamada Grande Revolta Judaica, a cidade de Jerusalém foi tomada e destruída pelos romanos, sob as ordens do imperador Vespasiano e de seu comandante Tito.


Quantos de nós não ficamos a um passo de alcançar o que tanto almejamos – mas, no momento decisivo, optamos pelo caminho errado? E o que dizer quando somos privados por alguém de chegar ao alvo? 


Aproveitai as oportunidades


Isso nos faz lembrar o aleijado que jazia a borda do tanque de Betesda – do hebraico Bethesda = “Beth” (casa) + “Hesed” (graça, misericórdia), ou seja, “casa da graça” ou “casa da misericórdia”. Segundo o relato do evangelista João, o homem padecia da enfermidade havia 38 anos (Jo 5:5). Infelizmente, ele não era o único, pois havia uma multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos (Jo 5:3). Por muitos anos, difundiu-se a crença de que, periodicamente, descia um anjo e agitava as águas do tanque, ocasião em que, quem estivesse acometido de qualquer enfermidade e entrasse no tanque, ficaria curado, mas somente o primeiro a entrar. Alguns acreditam que o nome “casa da misericórdia” tenha sido dado com um sentido pejorativo, dada a quantidade de indigentes que viviam naquele lugar, em busca de uma cura que não viria. Outro detalhe importante é que estamos nos referindo a um tanque, algo bem próximo de uma piscina em nossos dias, e, portanto, não havia lugar para todos, como era o caso daquele pobre aleijado. É nesse momento que entra o Senhor Jesus para testar a fé do homem. Não precisou descer um anjo, porque o próprio Filho do Deus Altíssimo estava diante dele!


Outro episódio que nos ensina sobre aproveitar a oportunidade está registrado em Mc 2:1-12. Jesus estava novamente em sua casa, em Cafarnaum. As pessoas foram até ele para ouvirem a palavra, de modo que, como sendo grande o número de pessoas, já não havia mais lugar para ninguém (Mc 2:2). Eis que surgem quatro corajosos amigos, carregando um paralítico, esperançosos de que o Senhor pudesse curá-lo. Tente imaginar uma multidão cercando a casa do Mestre, por todos os lados, querendo ouvi-lo ensinar. Quais seriam as chances de aquela multidão deixar passar os bem-intencionados companheiros, carregando o seu amigo paralítico? Pouquíssimas (ou até mesmo nulas). Mas, aquele era “o momento”; talvez aqueles homens não tivessem mais outra oportunidade. Não se intimidaram com a multidão que os atrapalhava e tiveram a brilhante ideia de abrir um buraco no telhado para fazer descer o leito do amigo paralítico, fazendo com que o próprio Mestre ficasse admirado (Mc 2:5).


O apóstolo Paulo falou aos colossenses: “…aproveitai as oportunidades” (Cl 4:5). Muitas oportunidades são perdidas, ou porque nos achamos incapazes de agarrá-las, ou porque “a multidão” não nos permite. É nessas horas que é preciso uma porção extra de fé, e um pouco mais de coragem para descobrir a “abertura no telhado” que estava faltando para receber a bênção de Deus.


Conclusão


Este é o tempo que o Senhor nos dá para voltarmo-nos para ele, porque ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação; eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” (2 Co 6:2). Não permita que a multidão impeça você de chegar aos pés do seu Senhor.


Aproveite a oportunidade que o Senhor está lhe concedendo hoje, porque:


“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” (Ec 9:10)
* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 18/08/2013.

Referências:
* Todas as referências bíblicas citadas foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net), versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA).
Principais fontes:

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