Mc 10:46-52
“O que você quer que eu faça?”,
perguntou Jesus. O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver!” (Mc 10:51
NVI)
A cegueira já afeta 36 milhões de
pessoas no mundo. Esse número chegará a 38,5 milhões, em 2020, e 115 milhões,
em 2050.1
Você conhece ou convive com
alguém que seja cego? Já tentou se imaginar sem poder contemplar a luz do sol
ou mesmo olhar para as pessoas ao seu redor? Não importa a resposta que você
dê, a cegueira é uma daquelas coisas absolutamente indesejáveis. Não raro, a
pessoa cega depende de alguém para tudo o que precisa fazer.
Até Jó usou a condição do cego
para expressar como estava se sentindo: “Eu
era os olhos do cego e os pés do aleijado.” (Jó 29:15 NVI)
Vivendo às cegas
Como o cego caminhamos apalpando o muro, tateamos como quem
não tem olhos. Ao meio-dia tropeçamos como se fosse noite; entre os fortes
somos como os mortos. (Is 59:10 NVI)
A expressão “às cegas” é
comumente usada para designar aquilo que se faz inconscientemente, sem saber
como ou por onde começar.2 O sentido é como o empregado pelo profeta
Isaías, no texto acima.
Viver às cegas é não saber ao
certo onde se está andando, com quem se está falando ou relacionando; é não ter
certeza do que quer, tampouco onde quer chegar; é viver sem propósitos, sem
alvos; é andar à deriva, tal qual um veleiro sem leme, tripulado por alguém sem
bússola.
O pior cego...
Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão num buraco. (Mt 15:14
NVI)
Dizem que “o pior cego é aquele
que não quer ver”. O poeta e jornalista Luís Turiba fez uma versão, digamos,
ambiental da frase, que diz: “O pior cego é aquele que não quer verde”.
Se você é homem, sabe o que isso
significa. E as mulheres também sabem muito bem sobre essa disfunção
tipicamente masculina: homens (quase) nunca encontram o que procuram. A
explicação para esse comportamento pode estar em outra característica
masculina: homens, em geral, não são detalhistas, como as mulheres.
Isso nos faz pensar nas pessoas
que não conseguem perceber que estão no caminho errado. Pior ainda é quando
essa pessoa tenta guiar os outros.
O cego Bartimeu
- O que você quer que eu
faça?
- Mestre, eu quero ver! (Mc 10:51 NVI)
No texto de hoje, lemos a
história do cego de Jericó. No relato do evangelho de Marcos, Jesus passava por
aquela cidade, quando se deparou com gritos desesperados de quem desenvolveu
uma audição aguçadíssima. Bartimeu ouviu o burburinho, as vozes admiradas dos
curiosos, as palavras de aclamação, e o nome que tinha um grande significado
para ele: Jesus!
Não se sabe, ao certo, se o filho
de Timeu adquirira a doença ou se nascera com ela. O fato é que o problema o
levou a um dos estados mais deploráveis de um ser humano: a mendicância.
Veja que isso tem um significado
e tanto. Primeiro porque um mendigo é um alijado da sociedade; além disso, pode
indicar que a própria família o desprezou.
Cegueira espiritual
O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não
vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. (2 Co
4:4 NVI)
O texto de Paulo aos coríntios,
acima, responde à pergunta: por que tantas pessoas ignoram as verdades do
evangelho e preferem viver como escravos de Satanás?
O mesmo Jesus que curou Bartimeu
está passando. Mas, dessa vez, os cegos não estão clamando pela misericórdia
dele. Ele é o mesmo Senhor que dá vista aos cegos, que levanta os abatidos, que
ama os justos (Sl 146:8). Mas essas pessoas estão dizendo: “Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada”. Não reconhece,
porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu. (Ap
3:17)
Que oremos para que a luz e a
presença de Jesus cure toda cegueira deste século!
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* Mensagem pregada na Igreja de
Cristo Missionária – ICM, 23/09/2018.