“O semeador semeia a palavra”
(Mc 4:14)
Quem tem um mínimo de
conhecimento sobre agricultura, seja técnica ou empiricamente, sabe que uma
plantação não depende apenas do ato de semear em si, tampouco apenas das
técnicas, ou ainda somente do uso dos defensivos e insumos adequados. Mesmo que
a pessoa disponha de todos esses elementos e ainda mais, se não tiver a semente
adequada, o resultado dificilmente será satisfatório.
Por esse motivo, entidades como a
Embrapa há anos desenvolvem conhecimento técnico e científico para a
agropecuária brasileira, o que inclui a produção de sementes de alta qualidade,
muitas delas até mesmo resistentes a pragas.
O texto citado é um excerto da
conhecida parábola do semeador (também encontrada nos evangelhos de Mateus e
Lucas). Nela, o Mestre compara o reino de Deus com o ato de plantar,
demonstrando as possibilidades após a semeadura.
A semente é a Palavra
Quando questionado pelos
discípulos acerca do significado da parábola, a primeira coisa que o Senhor destacou
foi que a semente é a própria Palavra de
Deus.
Em meio à grande quantidade de
igrejas, ministérios e congregações espalhadas por aí, urge perguntar: que
semente tem sido semeada? Que mensagem está sendo pregada? Estariam as igrejas
pregando a mensagem “como ela é” ou apenas satisfazendo os anseios da
“clientela”?
Há uma frase atribuída ao pregador
britânico Charles H. Spurgeon que diz: “A
Bíblia, toda a Bíblia, nada mais do que a Bíblia”. Não significa,
necessariamente, que devemos ignorar outras fontes, mas que a Palavra de Deus é a essência.
A boa semente
O semeador semeia a palavra (Mc 4:14). Como saber se a semente é,
de fato, boa?
Primeiramente, a boa semente é aquela que confronta. A
mensagem de Deus e o evangelho de Jesus produzem um impacto na vida do homem. A
mensagem (semente) precisa produzir desconforto. Certa vez, o Senhor foi tão
veemente em seu discurso que os seus ouvintes se queixaram, fazendo com que
muitos o abandonassem (Jo 6:60,66).
A boa semente é aquela que o coração do homem necessita, não
necessariamente a que ele deseja. Muito nos alegra quando em determinadas
circunstâncias ouvimos uma palavra vinda de Deus. Mas muitas vezes não é de
consolo que precisamos; muitas vezes não é de elogios que precisamos. O
evangelho não veio para alegrar o coração do homem (Mt 10:34-39).
A boa semente é aquela que não muda. Deus não muda (Tg 1:17); sua
palavra também não. Vemos como um aspecto positivo a multiplicidade de igrejas
e ministérios, porque oportuniza o conhecimento do evangelho por mais pessoas.
Mas o lado negativo é que a “semente”, muitas vezes, acaba sendo adaptada,
modificada, abrandada.
A boa semente é aquela que produz mudança para a salvação. O
evangelho é o poder de Deus (Rm 1:16). Se o evangelho é poder, a mensagem precisa
resultar em mudança. Muitos aceitam o evangelho, mas não estão dispostos a
abandonar suas próprias vontades (Tt 2:11-12).
Conclusão: a lei da semeadura
Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear
isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição;
mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. (Gl
6:7-8 NVI)
Se a mensagem de Deus é uma
semente e você é o fruto, que fruto ela produziu?
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* Mensagem pregada na Igreja de
Cristo Missionária – ICM, em 24/06/2018.