Assim, em tudo, façam aos outros
o que vocês querem que eles façam a vocês; pois esta é a Lei e os Profetas.
(Mt 7:12 NVI)
Empatia é daquelas palavras que,
como se diz, está na moda. É um termo
recorrente no mundo corporativo, nas discussões acadêmicas, em debates no
âmbito das instituições, nas conversas informais etc., tornando-se até mesmo um
clichê.
Mas, o que entendemos por empatia?
O termo vem do grego EMPATHEIA, que significa “paixão, estado
de emoção”, ou seja, estar “dentro do sentimento alheio”.
Por definição, empatia é a capacidade de se identificar
com outra pessoa, de sentir o que ela sente. Para a Psicologia, é o processo de identificação em que o
indivíduo se coloca no lugar do outro e, com base em suas próprias
suposições e impressões, tenta compreender o comportamento do outro.
Ser empático, portanto, significa
colocar-se no lugar da outra pessoa.
Simpatia x Empatia
Alguns confundem o exercício da
empatia como simples simpatia (do grego simpathia,
“sentir junto com a outra pessoa”). Em termos gerais, somos simpáticos quando
tratamos bem os outros, quando somos agradáveis. Como no texto:
“Portanto, como povo escolhido de
Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade,
mansidão e paciência.” (Cl 3:12
NVI)
Apesar de a simpatia ser uma
característica desejável para aqueles que vivem o evangelho (At 2:47), a empatia vai além da
simpatia porque nos transporta para o mundo do outro, com as suas dores, suas
frustrações, suas mazelas, seus desgostos. A empatia está presente no texto:
“Pois a lei inteira se resume em
um mandamento só: Ame os outros como você ama a você mesmo” (Gl 5:14 NTLH)
Menos apatia, mais empatia
Você já deve ter-se deparado com
uma pessoa apática. A apatia (do grego apatheia,
“ausência de sentimento, de paixão”) é caracterizada pela insensibilidade ou
indiferença diante de determinadas situações ou pessoas. A pessoa apática não
se deixa envolver pela condição do outro, mantendo-se inerte, ou
desinteressada. Exemplo de apatia:
“Pois o coração desse povo se
tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os
seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os
ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria” (Mt 13:15 NVI)
No Reino, não há lugar para se
demonstrar apatia. A essência do Evangelho é o amor de Deus e, por tabela, o
amor ao próximo. Nesse sentido, é razoável que os filhos do Reino manifestem
cada vez mais empatia.
Empatia é melhor do que antipatia
Diferentemente do apático, o
antipático (derivada do grego antipathia,
“que é contrário ao sentimento, à paixão”) é aquela pessoa que se opõe ou que
tem aversão à demonstração de sentimentos. Popularmente, sabemos que uma pessoa
antipática é desagradável, incômoda, chegando até mesmo a ser odiosa.
A empatia é a linguagem do Reino.
Há pessoas que plantam antipatia por onde passam. Ao contrário, o cristão
empático semeia o amor, a compreensão e a amizade com quem quer que seja.
O maior exemplo de empatia
“Tenham entre vocês o mesmo modo
de pensar que Cristo Jesus tinha: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou
ficar igual a Deus. Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou
a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a
vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte –
morte de cruz.” (Fp 2:5-8 NTLH)
Que maior exemplo de “colocar-se
no lugar do outro” encontramos, senão em Cristo? Jesus seria o que chamamos de
personificação da empatia. Seu gesto sublime de abrir mão da sua condição de
Deus e, literalmente, colocar-se no lugar de todos nós, pecadores, foi o mais
autêntico exemplo de empatia.
Que tenhamos em nós esse mesmo
sentimento!
Deus abençoe!
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* Mensagem pregada na Igreja de
Cristo Missionária – ICM, em 24/09/2017.
* Referências terminológicas: www.origemdapalavra.com.br