Mt 8:23-27
De repente, uma violenta tempestade abateu-se sobre o mar, de forma que as ondas inundavam o barco. Jesus, porém, dormia. (Mt 8:24 NVI)
A frase que intitula esta
mensagem pode parecer um tanto óbvia. Afinal, como parte da natureza do Criador,
temos o atributo da onipresença, o que significa que Ele está em todo lugar.
Mas veja que este não é o ponto.
O sentido aqui não é aquele apresentado pelo Salmo 139, de forma tão eloquente.
No cântico davídico, o Senhor é
apresentado como aquele de quem não é possível se esconder; onde quer que
vamos, lá Ele vai estar; até mesmo no abismo o Eterno nos visitará.
Deus está presente na bonança (Jo
2:1-11)
No início de seu ministério,
Jesus se fez presente em um casamento, na cidade de Caná da Galiléia. Poucas
ocasiões são tão festivas do que um casamento, não é mesmo? Agora imagine um casamento
judaico, tradicionalmente celebrado durante sete dias! (Isso talvez explique a
razão de ter escasseado o vinho).
No clímax da festa, o vinho acaba.
A mãe de Jesus, que também havia sido convidada para as bodas, recorre ao
Mestre para informá-lo do problema. Após uma resposta à sua mãe, de que ainda
não era “a sua hora”, Jesus “inaugura” o seu ministério de milagres,
transformando água em vinho. Em seu relato, João informa esse ter sido o
primeiro sinal milagroso do Senhor, acrescentando que o mesmo manifestou a
glória do Filho de Deus, fazendo com que seus discípulos cressem nele (Jo
2:11).
O Senhor estará presente em seus
bons momentos, mas é necessário que você o convide (Jo 2:2). Isso será
decisivo, quando em situações que parecerem sair do controle, quando a alegria
começar a escassear, quando a sua “festa” der sinais de querer findar (“acabar o vinho”, Jo 2:3).
Deus está presente na tormenta (Mt
8:23-27)
No relato do Evangelho escrito
pelo então publicano, um pouco depois de seu primeiro grande discurso, o Mestre
resolve entrar em um barco, o que faz com que seus discípulos o seguissem. Em
dado momento, começa uma tempestade tão impetuosa que os discípulos têm a
impressão de que vão naufragar. De repente, alguém se lembra do Senhor e,
quando vão procurá-lo, o encontram... dormindo.
Podemos conjecturar o que teria
passado pela cabeça dos discípulos naquele momento: mesmo com o Senhor no meio
deles, eles estavam achando que iriam morrer! Que azar o deles, não?
Esse evento nos faz refletir
sobre a falsa impressão que alguns crentes tendem a ter quando se trata de
passar por “tormentas”. Muitos chegam a acreditar que, se o Senhor está
presente, não haverá tormenta, as atribulações não virão, a crise não se
instaurará.
Mas, infelizmente (ou
felizmente!), as tormentas também acontecem na vida daqueles que creem, na vida
daqueles que têm o Senhor como Deus. E, nesse caso, a presença de Deus faz toda
a diferença.
Conclusão: Deus está presente até
mesmo na morte (Jo 11:21,32)
Deus está presente! Ele está
presente em seus momentos de alegria, de júbilo, mas também se fará presente
nas tempestades da sua vida, na hora da dor, do sofrimento, da perda, do revés
financeiro.
No evento envolvendo a morte do
amigo Lázaro, Jesus não estava presente. Ao chegar à casa da família, a
primeira coisa que as irmãs Marta e Maria falam é: “Se o Senhor estivesse aqui
meu irmão não teria morrido”. Alguns cristãos dos dias de hoje talvez pensem da
mesma forma que as irmãs de Lázaro. Mas, a presença do Senhor não significa
ausência da morte, na medida em que todos estão destinados a esse fim.
O Senhor estará presente com
você, em todos os momentos, em toda ocasião, seja ela boa ou não, seja na
bonança ou na tormenta, na alegria ou na tristeza, até mesmo na morte.
É por esse motivo que o nome dele
é Emanuel, o Deus que está presente, o Deus Conosco!
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* Mensagem pregada na Igreja de
Cristo Missionária – ICM, em 14/05/2017.