No texto em destaque, o recurso utilizado pelo apóstolo é o
exemplo, ou mais especificamente a figura, ou tipo: o povo israelita. Várias
são as ocasiões vivenciadas pelo povo, notadamente no deserto, que serviram de
alerta para os cristãos, primeiramente de Corinto, e em última análise de todos
os lugares. (v.11)
Sob a nuvem. O
livro de Êxodo relata que os israelitas eram guiados por uma nuvem, durante o
dia (Êx 13:21-22).
Pelo mar. A referencia, sem
dúvida, é a passagem dos hebreus pelo Mar Vermelho (Êx 14:15-22), que
representou, literalmente, um divisor de águas na história daquele povo, na
medida em que marca a saída de debaixo da escravidão no Egito e a entrada na
terra prometida.
Batizados em Moisés. Aqui
temos uma referência à liderança de Moisés.
Comeram o mesmo alimento espiritual. O alimento que Paulo se refere é o maná (Êx 16:1-36), uma
espécie de cereal que caía do céu e servia de alimento para o povo (Êx 16:31;
Nm 11:7-9; Sl 78:24-25). Do hebraico manna (“O que?”).
Beberam da mesma bebida espiritual. O evento foi o ocorrido em Refidin, quando Moisés feriu uma
rocha e dela fluiu água abundante para dessedentar o povo (Êx 17:1-7; Nm
20:1-13). Por esse motivo, Moisés deu o nome àquele lugar de Meribá (que
significa “contenda” ou “discussão”). O apóstolo revela que a pedra prefigurava
Cristo, a rocha eterna.
Espalhados no deserto. Moisés
descreve o castigo de Deus pela reprovação de alguns israelitas (Nm 14:29,37;
26:65).
Como eles cobiçaram. Quando
tiveram fome, o Senhor providenciou o alimento (maná), quando ficaram enjoados
do maná, cobiçaram os manjares do Egito (Nm 11:4-6).
Não sejam idólatras.
Devemos lembrar-nos do episódio ocorrido com o bezerro de ouro, que os
israelitas pediram para que Arão fizesse com os bens deles, que serviu de objeto
de adoração e motivo de reprovação por parte de Deus (Êx 32:1-14).
Não pratiquemos imoralidade. Diz respeito à adoração do povo a Baal-Peor, uma divindade
moabita, que tinha a prostituição cultual como parte do ritual. Os israelitas,
não obedecendo ao mandado do Senhor, passou a prostituir-se com as moabitas,
que levaram o povo a sacrificar aos deuses pagãos (Nm 25:1-9).
Não ponhamos o Senhor à prova. Quando o povo começou a falar contra Deus e contra Moisés,
reclamando da comida enviada pelo Senhor, este enviou serpentes para morderem o
povo. Após o reconhecimento do povo de seu erro, Deus ordenou que Moisés
fizesse uma serpente de bronze, e todo aquele que olhasse para a serpente
ficaria curado (Nm 21:4-9).
Nem murmureis. No
evento conhecido como “a revolta de Coré”, quando mais uma vez os israelitas se
voltaram contra Moisés e Arão, resultando na morte de milhares de pessoas por
uma praga, que só cessou depois que Arão intercedeu pelo povo.
Quem pensa estar em firme.
Uma advertência para que o cristão não se ensoberbeça, pensando que está livre
de provações e situações ruins, afinal toda tentação é humana (vv. 12,13; Rm
11:20).
Fujam da idolatria. Paulo
adverte que aquele que toma parte em uma festa (seja cristã, judaica ou pagã),
passa a ter comunhão com os presentes. No caso de festas pagãs, aqueles que
participam passam a ter comunhão também com os demônios (vv. 20,21).
Tudo é permitido. A
afirmação de Paulo parece contraditória, mas se considerarmos os pontos
levantados na sequencia, concluiremos que a tônica aqui é a liberdade de
escolha, tendo em vista o bom senso e o equilíbrio, desde o nosso comportamento
em relação aos outros irmãos (v.24) até aquilo que nos é oferecido para comer.
Conclusão
De tudo o que o apóstolo instrui, a suma é: no final, não importa o que você faça, tudo deve ser feito para a glória de Deus. (v.31)
Portanto, a diferença básica entre o cálice da bênção e o da maldição não está, necessariamente, no cálice em si, mas naquele que o toma. Escolha o cálice da bênção!
Referências:
* Todas as referências bíblicas citadas
foram retiradas da Bíblia On-Line (www.blibliaonline.net),
versão em Português por João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada (ARA),
excetuando-se aquelas cuja tradução for citada, como a Nova Versão
Internacional (NVI) ou Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH).
* Mensagem pregada na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 01/06/2014.