"Mas, sejam fortes e não desanimem, pois o trabalho de vocês será recompensado." (2 Cr 15:7)
Após a Queda de
Adão e Eva, no Jardim do Éden, em decorrência da desobediência do primeiro
casal, o Senhor declarou as consequências do pecado deles. Uma delas, sobre
Adão, dizia respeito ao trabalho: “Em fadigas obterás dela (da terra) o
sustento durante os dias de tua vida” (Gn 3:17) e “No suor do rosto comerás o teu pão”
(Gn 3:10).
Por causa dessas
palavras de Deus sobre Adão, muitos passaram a ver o trabalho como algo
maldito. E ainda hoje, várias pessoas e instituições defendem que o trabalho é
sinônimo de sofrimento, de dor e pesar.
Etimologicamente, a
palavra trabalho vem do termo latim tripalium1.
Literalmente, tripalium (três paus)
era um instrumento de tortura romano, que surgiu na época da Inquisição,
formado por três estacas entrecruzadas, usado para produzir suplício, que
também passou a ser usado nos escravos.2
A partir dessa
definição, podemos entender o porquê da associação do trabalho com o
sofrimento.
Indo na contramão
dessa vertente, entendemos, com base nos textos bíblicos, que o trabalho é uma
bênção de Deus, podendo perfeitamente também ser visto como uma atividade
prazerosa e de realização pessoal e profissional:
“Descobri também
que poder comer, beber e ser recompensado pelo seu trabalho é um presente de
Deus. (…) Por isso concluí que não há nada melhor para o homem do que desfrutar
do seu trabalho, porque esta é a sua recompensa. Pois, quem poderá fazê-lo ver
o que acontecerá depois de morto?” (Ec 3:13,22 – NVI)
Ademais, o trabalho
pode e deve ser usado como um meio para a realização de sonhos:
“Do fruto de sua
boca o homem se beneficia, e o trabalho de suas mãos será recompensado.” (Pv 12:14 – NVI)
“O que planta e o
que rega têm um só propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu
próprio trabalho.” (1 Co 3:8 – NVI)
Conclusão
Todo o esforço em
prol de um propósito bem definido é louvável. O tempo despendido (ou investido)
em uma determinada tarefa, ainda que seja árdua, no final, será recompensado.
Seja essa atividade laboral, ministerial, pessoal ou com fins profissionais (um
curso, por exemplo), o produto final pode e deve justificar o sacrifício.
Entretanto, para se obter o sucesso na empreitada, é extremamente necessário
entregar-se completamente:
“Tudo quanto te
vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para
onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria
alguma.” (Ec 9:10 – ARA)
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* Palestra apresentada durante o culto em ação de graças, na Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 23/03/2014.
1
TRIPALIUM: O trabalho como maldição, como crime
e como punição,
Eduardo A. Bonzatto. Disponível em: