“Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas
declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no
decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira,
lembra-te da misericórdia.” [Hc 3:2]
“Porventura, não tornarás a vivificar-nos, para que em ti se regozije o teu povo?” [Sl 85:6]
Já sabemos o que é o avivamento. Já
conseguimos identificar o que não é avivamento, ou pseudo-avivamento. Agora, você
já parou para pensar nas características de uma igreja avivada? Já se
questionou sobre como se dá o “processo do avivamento”?
1.
O Avivamento não é um momento estanque, mas um processo
O avivamento não é (ou pelo menos
não deveria ser) um momento, ou um fato, ou um evento específico. O avivamento
não pode ficar limitado no tempo e no espaço. O avivamento não tem a ver com uma
época do ano ou da vida. O avivamento não deve ser um momento estanque, mas um
processo: o “processo do avivamento”. E por processo, entendamos que não nasce
pronto e acabado.
Vários pregadores e estudiosos citam
o exemplo da festa de Pentecostes (At 2) para defender que o avivamento ocorre
de repente. Mas, a grande questão não é o início, mas o vem depois dele.
2.
O avivamento deve acontecer todos os dias
Grande parte das igrejas apresenta duas fases de avivamento:
A fase do “já foi”: É comum
ouvirmos alguém comentando que tal igreja ou pessoa foi avivada. Ora, o
avivamento deve ser uma marca da igreja, assim como da pessoa que teve um
encontro com o Salvador (“Pois assim como o Pai ressuscita e
vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer” – Jo 5:21). Tem que acontecer no dia a dia. Cada experiência da igreja
deve ser encarada como uma oportunidade para que o avivamento se manifeste na
vida dos membros.
A fase do “um dia”: Outro grupo
de igrejas está ainda esperando o avivamento acontecer, como algo que todo
mundo aguarda, mas não sabe exatamente se vem ou quando vem. O profeta Oséias
expressou bem esse pensamento: “Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão; serão
vivificados como o cereal e florescerão como a vide; a sua fama será como a do
vinho do Líbano” (Os 14:7). O avivamento não é uma quimera. Não se trata de uma utopia (literalmente,
“um lugar que não existe”). Tampouco é algo que o Senhor deseja operar apenas no
fim dos tempos.
3.
O avivamento é operado
por Deus, mas experimentado pela igreja
Existem coisas que o homem faz, com
a concordância de Deus. O avivamento é algo que Deus faz, com a concordância
dos homens. Não é suficiente que Deus queira realizar o avivamento na igreja.
Mas é imprescindível que a igreja deseje o avivamento. E é aí que reside a
maioria dos problemas pessoais e eclesiais: se o homem não quiser, dificilmente
Deus vai operar – “E (Jesus) não fez ali (Nazaré) muitos
milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13:58).
4.
O avivamento deve
envolver todos as áreas da igreja
Dentre as diversas visões errôneas acerca do avivamento,
popularizou-se aquela em que a igreja avivada é sinônimo de animação (cânticos
ritmados, bater palmas, danças, gritos de guerra etc.). Não podemos negar que
isso faz parte, mas é exatamente isso: apenas “parte”. O verdadeiro avivamento
tem o poder de alcançar todos os setores da igreja: do ministério de louvor ao
de intercessão, do ministério de dança ao ministério de limpeza e conservação,
do ministério pastoral ao de contribuição e ação social.
Conclusão:
O avivamento deve ser uma realidade
para a igreja dos nossos dias. Deus está movendo céus e terra para ver vidas e
igrejas genuinamente avivadas, devotadas, transformadas. Mas esse avivamento
tem de acontecer no dia a dia, cada vez mais intensamente; precisa que as
pessoas desejem ardentemente experimentá-lo; requer que a igreja seja envolvida
como um todo. Esse é o verdadeiro avivamento.
______________________* Palestra ministrada durante o Retiro Espiritual da Igreja de Cristo Missionária - ICM, em 07/03/2011, cujo tema foi "Eu quero o avivamento".